segunda-feira, 26 de julho de 2010

A ÁGUA DOS RIOS - proTEJO NO DEBATE NO FESTIVAL DAS ARTES 2010

O Festival das Artes 2010, uma iniciativa organizada pela Fundação Inês de Castro, onde a cidade de Coimbra ganha uma nova vida ao transformar-se num palco de incontornáveis manifestações artísticas, que ganharam forma e relação em torno da temática da Água.
"A água dos rios" é o debate sobre a gestão dos recursos hídricos que decorrerá dia 31 de Julho pelas 16 horas no Auditório do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha com os seguintes participantes:

Francisco Nunes Correia é Professor Catedrático de Ambiente e Recursos Hídricos do IST. Doutorado pela Colorado State University (EUA) e Agregado pela Universidade Técnica de Lisboa. Investigador, professor e consultor nas áreas do ambiente, recursos hídricos e desenvolvimento regional. Foi autor de 10 livros e mais de 130 artigos, capítulos de livros e outras publicações. Foi Coordenador Nacional do Programa Polis e Presidente do LNEC. Entre Março de 2005 e Outubro de 2010 foi Ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional.

Paulo Fernando da Graça Constantino, é licenciado em Economia pelo Instituto Superior de Economia e Gestão/Universidade Técnica de Lisboa (1992). Especialista em Economia Monetária e Financeira em Mestrado do ISEG/ UTL. É porta-voz do proTEJO – Movimento Pelo Tejo e membro de várias entidades locais e regionais, nomeadamente, do Clube Náutico Barquinhense, do Municipio de Vila Nova da Barquinha, da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo e de Instituições Particulares de Solidariedade Social

João Pedro Rodrigues é Engenheiro do Ambiente (FCT – UNL) e tem uma pós graduação em Economia e Política da Energia e do Ambiente (ISEG – UTL). Entre 1999 e 2004, foi membro da Direcção da APEA. Desde 1995 integra o grupo AdP, como Director da Valorsul e, de 2005 a 2009, como membro do CA da EGF e da Valorsul e presidente do CA da Amarsul. Após 2005 foi membro dos CA da Reciclamas, da Aquasis, da AdP – Serviços e da Águas de Moçambique. Desde 2009 preside aos CA da Águas do Mondego (até Março de 2010), Águas do Zêzere e Côa, SIMLIS e SIMRIA.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

NOVO TRANSVASE EM ESPANHA QUANDO O TEJO ESTÁ SECO EM PORTUGAL E ESPANHA

COMUNICADO DE IMPRENSA
Tejo, 22 Julho de 2010
Cidadãos portugueses e espanhóis denunciam novo transvase em Espanha quando o Tejo está seco em Portugal e Espanha
O governo de Espanha decidiu transvasar 230 hectómetros cúbicos, boa parte das reservas das barragens da cabeceira, Entrepeñas e Buendia, apesar das reservas da bacia do Segura se encontrarem em elevados níveis nunca antes vistos e de não existir capacidade física para armazenar mais água, enquanto o Tejo flui sem caudal pelas cidades espanholas de Talavera de la Reina à Puente de Arzobispo, assim como no seu troço médio do seu curso em Portugal, como se pode comprovar na sua passagem pelo Castelo de Almourol, onde o rio se pode atravessar a pé.
A política espanhola que, do nada, cria excedentes artificiais que possa transvasar para Murcia e Valencia, leva a que o rio esteja estrangulado em território espanhol, especialmente na sua passagem pela província de Toledo, onde o rio está parado há cerca de um mês, apesar de estações hidrométricas localizadas a montante, tentem "disfarçar" a esta situação, mostrando dados de caudais circulantes que não correspondem à realidade. É triste que a água que deveria correr Tejo abaixo, o faça por um transvase artificial, o Transvase Tejo Segura.
O Tejo morto em Talavera de la Reina ou na Puente del Arzobispo mostra a má política hidrológica e ambiental espanhola aplicada a um rio, que ao invés de um elemento ambiental e social, se tornou uma mercadoria sujeita aos interesses políticos.
O rio Tejo apresenta esta mesma imagem em Portugal. Aqui, à falta de caudais do Médio Tejo espanhol acrescenta-se a gestão das barragens da Estremadura e Portugal, onde os verdadeiros donos do Tejo são as hidroeléctricas, e onde a gestão do rio se rege por parâmetros de optimização da produção de energia hidroeléctrica, secundarizando absolutamente as questões ambientais e os caudais que não são entregues a Portugal nem deixados correr até à foz.
Não é admissível que o Tejo que Espanha deixa passar para Portugal esteja dependente do interesse do operador das hidroeléctricas, ou seja, as águas do rio Tejo ficam armazenadas nas barragens de Espanha enquanto o operador não for economicamente viável produzir electricidade. É isto que esta a acontecer agora.
A barragem de Alcântara armazena em meados de Julho cerca de 3.000 hectómetros cúbicos, mas o Tejo está sem caudal em Portugal.
Como se pode comprovar, a Convenção de Albufeira, que regula a gestão internacional do rio Tejo, é um simples pedaço de papel face à teimosa realidade dos lucros da indústria privada.
Os grupos de cidadãos em Portugal e em Espanha que nos empenhamos pela recuperação do rio Tejo denunciamos e protestamos contra esta situação: a morte do rio Tejo pela exploração insustentável quer dos transvases quer da gestão hidroeléctrica.
O Tejo já não pode continuar a ser uma mercadoria: é um elemento fundamental da cultura, do património ibérico e deve ser tratado e gerido como tal.

Pelos cidadãos do Tejo,

proTEJO – Movimento Pelo Tejo
Paulo Constantino
+ 351 919 061330

Plataforma em defesa do Tejo e Alberche de Talavera de la Reina
Miguel Angel Sanchez
+34 616 983 715

quarta-feira, 21 de julho de 2010

UM ANO DEPOIS EM DEFESA DO TEJO - CRÓNICA "CÁ POR CAUSAS" JORNAL A BARCA - 15 DE JULHO

Um ano depois da primeira reunião onde foram definidos os princípios reivindicativos do proTEJO – Movimento Pelo Tejo tenho plena consciência dos passos gigantescos dados para a consciencialização da população da bacia do Tejo, e mesmo nacional, para a reflexão sobre as questões da gestão da água, a melhoria da participação e o impulso no domínio da formação para a cidadania ambiental.
Tentando definir a defesa do Tejo sobressaem dois desígnios a alcançar: o Bem-estar ambiental e cultural e a Justiça social e regional.

Enquanto Bem-estar ambiental e cultural entende-se a necessidade de alcançar uma gestão sustentável da água e do rio através de uma gestão da procura baseada na eficiência e contenção do uso da água para garantir a sustentabilidade do nosso modo de vida, bem como o princípio da unidade de gestão da região hidrográfica que visa garantir que cada região gere racionalmente os seus recursos hídricos de forma a serem sustentáveis, acumulando recursos hídricos nos seus aquíferos que permitam suprir as necessidades em épocas de escassez ou seca.
A quantidade e qualidade de água são dois elementos fundamentais do bem-estar ambiental sendo para isto fundamental a existência de caudais ambientais em toda a bacia e alcançar um bom estado ecológico do rio e das águas, os quais devem ser objecto de monitorização permanente e online para melhorar o controlo dos cidadãos sobre estes parâmetros de bem-estar.
Estas condições de qualidade e quantidade de água são importantíssimas para a capacidade de manter condições para a conservação das espécies piscícolas e de outras que constituem os ecossistemas naturais e fluviais associados aos rios.
O bem-estar cultural consiste em conservar e valorizar o património e a cultura das populações ribeirinhas devolvendo-lhe estes marcos do seu passado através do seu levantamento e registo histórico, antropológico e arqueológico, da divulgação do património geológico, da preservação da memória e das artes de construção das embarcações tradicionais e de transporte fluvial, bem como a conservação da cultura e das artes da pesca tradicional ao longo de todo o rio Tejo.
A Justiça Social e Regional entende-se como a necessidade de uma partilha equitativa e sustentável dos recursos hídricos e da riqueza material que lhes é inerente, sendo evidente o facto dos principais utilizadores serem a produção agrícola e hidroeléctrica com mais de 80% dos consumos, sendo simultaneamente os principais responsáveis pela poluição das águas e usufruindo de preços de aquisição significativamente inferiores ao custo de produção dessa água, quer pela não imputação dos custos das obras hidráulicas (barragens e transvases) quer pela não aplicação do princípio do poluidor / pagador.
Por outro lado, a prioridade do consumo para estas actividades e a falta de regulamentação da gestão da água pelas barragens conflitua com as necessidades de quantidade e qualidade de água para a realização de actividades económicas de lazer e para o turismo ambiental e de natureza, prejudicando ainda actividades como a náutica empresarial e desportiva bem como a pesca ao prejudicar as condições de migração das espécies piscícolas no seu período de reprodução.
Em termos sociais verifica-se que a poluição e a falta de água privam as populações ribeirinhas de praias fluviais de qualidade ao impedirem o bom estado das águas e a sua livre utilização, como acontecia no passado. As mais prejudicadas são as camadas mais desfavorecidas da população que utilizavam as praias fluviais como alternativa às férias dispendiosas nas zonas costeiras do litoral e que, nos actuais tempos de crise, necessitando, se encontram privadas de usarem praias fluviais de qualidade e de, assim, disporem de uma alternativa mais barata para as suas férias e tempos de lazer.
O aspecto regional surge com o facto de os transvases desviarem a água e a riqueza que lhe está associada para outras regiões hidrográficas, onde gera procuras insustentáveis e um ciclo vicioso de crescimento assente em recursos alheios com origem noutras bacias hidrográficas.
A missão do proTEJO resulta assim bem clara e definida, cabendo-lhe mobilizar os cidadãos para exigirem e defenderem que o bem-estar ambiental e cultural e a justiça social e regional sejam proporcionados às populações ribeirinhas pela gestão dos recursos hídricos na região hidrográfica do Tejo.
É esta a missão que nos tem vindo a orientar todos os dias e bem hajam todos aqueles que nos têm vindo a ajudar!
O Tejo merece!

terça-feira, 20 de julho de 2010

A BELEZA DA PRAIA FLUVIAL DO ALAMAL - TSF

O proTEJO deu uma entrevista à TSF onde evidencia a riqueza das praias fluviais do Tejo, em especial a praia fluvial do Alamal, chamando a atenção para o facto dos transvases em Espanha conduzirem ao incumprimento da Convenção de Albufeira e consequentemente à falta de caudais e à perda da bandeira azul na praia do alamal, uma excelente zona balnear.

domingo, 18 de julho de 2010

SITUAÇÃO DA BACIA DO TEJO - IV JORNADAS POR UM TEJO VIVO

Apresentações das jornadas
Tejo Médio (pendente)
Sistema do Tiétar (pendente)

TEJO SEM CAUDAIS - CASTELO DE ALMOUROL A SECO

O proTEJO considera lamentável que as administrações portuguesa e espanhola não disponibilizem oportunamente a informação no site da Comissão de Aplicação e Desenvolvimento da Convenção de Albufeira (CADCA), sendo de momento impossível aos cidadãos saberem se a referida Convenção tem vindo a ser cumprida no ano hidrológico de 2009/2010 que decorre desde Outubro de 2009, e solicitou ao Ministério do Ambiente informação sobre a medição de caudais semanais, mensais e trimestrais em Fratel, em Cedilho e na Ponte de Muge, entre Outubro de 2009 e Julho de 2010, para aferir se Portugal e Espanha estão a cumprir a Convenção de Albufeira ao nível dos caudais mínimos, alegando o direito ao acesso à informação em Matéria Ambiental consagrada legalmente.

Vejam com os vossos próprios olhos as fotografias do Tejo na Barquinha tiradas hoje e se quiserem atravessem de pedra em pedra até ao Castelo de Almourol que devia estar no meio de um rio.
Se olharem com atenção para a régua linimétrica constatam que o caudal do rio está abaixo do nível zero, quando as regras da hidrologia obrigariam a que estivesse debaixo de água para evitar valores negativos e erros de medida. Observem bem!
De
E aqui podem ver o baixo nível de caudal em toda a margem ribeirinha de Vila Nova da Barquinha.


PEDIDO DE INFORMAÇÃO SOBRE MONITORIZAÇÃO DOS CAUDAIS ESTABELECIDOS NA CONVENÇÃO DE ALBUFEIRA
Exma. Sr. Ministra do Ambiente e do Ordenamento do Território
Dr.ª Dulce Pássaro
Com conhecimento
Secretário de Estado do Ambiente
Dr. Humberto Rosa
Presidente do Instituto Nacional da Água
Dr. Orlando Borges
Presidente da Administração da Região Hidrográfica do Tejo
Eng. Manuel Lacerda
Delegação Portuguesa da Comissão para a Aplicação e o Desenvolvimento da Convenção
Engº Adérito Mendes
Tendo vindo a nosso conhecimento que neste momento os caudais do rio Tejo se encontram em níveis muito inferiores ao normal, vem o proTEJO - Movimento Pelo Tejo, constituído por 31 organizações e mais de um milhar de cidadãos, que integra a Rede de Cidadania por uma Nova Cultura da Água no Tajo/Tejo e seus afluentes, que congrega mais de 70 organizações e municípios de Portugal e Espanha solicitar a disponibilização de informação sobre a medição de caudais semanais, mensais e trimestrais em Fratel, em Cedilho e na Ponte de Muge entre Outubro de 2009 e Julho de 2010, de modo a poder aferir-se se os governos de Portugal e Espanha estão a cumprir a Convenção de Albufeira ao nível dos caudais mínimos nesta definidos, trimestrais e semanais, com base no direito ao acesso à informação em Matéria Ambiental (Convénio de Aarhus, Directiva 2003/4/CE, Directiva 2003/35/CE, e Lei n.º 19/2006 de 12 de Junho).
Consideramos lamentável que as administrações portuguesa e espanhola não disponibilizem oportunamente esta informação no site de Comissão para Aplicação e Desenvolvimento da Convenção de Albufeira, sendo de momento impossível aos cidadãos saberem se a referida Convenção tem vindo a ser cumprida no ano hidrológico de 2009/2010 que decorre desde Outubro de 2009.

PROTEJO VAI SER ASSOCIAÇÃO - VAMOS TODOS MERGULHAR NO TEJO!!

O Conselho Deliberativo esteve reunido no sábado passado e decidiu a constituição formal do proTEJO - Movimento Pelo Tejo em Associação com estatuto legal, sendo mais passo importante na afirmação dos cidadãos da bacia do Tejo em defender os seus rios e ribeiras.
Elegeu ainda o biólogo Rui Reis como porta-voz, juntando-se assim a Paulo Constantino, que já exercia a função.
Foi apresentada a actividade do movimento e a ligação entre os transvases e os 3 anos de incumprimento da Convenção de Albufeira que tem vindo a retirar a qualidade às praias fluviais do rio Tejo, como podem ver aqui.

O Mirante - Sociedade 18 Jul 2010, 07:54h
“Assumir o estatuto formal de associação e alargar a influência” aos 94 municípios da bacia do rio são objectivos do ProTejo - Movimento pelo Tejo, que fez hoje o balanço de um ano em actividade.
Um ano depois de ter definido os seus princípios reivindicativos, o movimento, que agrega 31 associações e cerca de 1300 cidadãos, deliberou, sábado à tarde, em Vila Nova da Barquinha assumir a constituição formal com o estatuto de associação e elegeu ainda o biólogo Rui Reis como porta-voz, juntando-se assim a Paulo Constantino, que já exercia a função.


Segundo disse Paulo Constantino, um dos coordenadores do movimento cujo lema é a defesa, recuperação e valorização do rio Tejo, a decisão de formalizar o movimento enquanto associação surge num momento “decisivo”.
“Esta é a altura em que estão em cima da mesa para discussão planos bastante importantes”, como sejam o Plano de Gestão da Bacia Hidrográfica do Tejo, o Plano de Ordenamento do Estuário do Tejo e o Plano Estratégico de Requalificação e Valorização do rio Tejo, alegou.
“Enquanto movimento informal, numa fase inicial, foi possível ter alguma flexibilidade que permitisse ir congregando as diversas associações e grupos de cidadãos em torno do projecto de defesa do Tejo, mas, hoje, só com estatuto oficial poderemos intervir nas propostas de análise destes planos”, advogou.
Segundo disse o dirigente, o movimento surgiu há um ano e “em boa hora, decorrente de uma necessidade de se fazer algo mais pela qualidade da água do rio Tejo”.
“O Protejo não substitui o trabalho desenvolvido por outras associações ambientalistas mas agrega e alarga em amplitude, com uma lógica de trabalho de sensibilização em termos ambientais, mas também com as vertentes culturais, pedagógicas, de enfoque na justiça social e debate nas questões de distribuição de riqueza regional”.
Paulo Constantino destacou no plano de actividades para o segundo semestre de 2010, a realização de um concurso de fotografia intitulado "Proteger o rio, preservar a água", uma iniciativa que encontra-se enquadrada na "Festa da água do Tejo", evento que se irá realizar no dia 25 de Setembro, em Vila Nova da Barquinha, e que integrará jornadas científicas, ateliês de pintura à beira rio e espectáculos musicais.
O responsável disse ainda à agência Lusa que em Maio de 2011 serão realizadas pela primeira vez em Portugal as V Jornadas “Por Um Tejo Vivo”, onde participarão representantes de mais de 100 organizações de cidadãos e ecologistas de Espanha e Portugal, reunidas na Rede de Cidadania por Uma Nova Cultura da Água no Tejo/Tajo.
A elaboração de um Atlas da Bacia Hidrográfica do Tejo e a criação de um programa denominado “Asas sobre Água”, para análise do estado de conservação dos espaços da Rede Natura 2000 que dependem de água no âmbito do Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Tejo, são alguns de outros projectos anunciados pelo Protejo.

terça-feira, 13 de julho de 2010

CONHEÇA O PATRIMÓNIO DO TEJO COM A ARH TEJO

Aqui vos deixamos as ligações ao site da ARH Tejo com a riqueza das apresentações da Sessão de Debate sobre o Património do Tejo - Casa das Artes e Cultura, Vila Velha de Ródão - 1 de Julho de 2010
José Bastos Saldanha - Associação Tejo Universal
Galopim de Carvalho - Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
Fernando Catarino - Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
João Oliveira e Teresa Ferreira - Instituto Superior de Agronomia
Ilídio Moreira e José Carlos Costa - Instituto Superior de Agronomia
João Rabaça - Universidade de Évora
Guilherme Cardoso - Assembleia Distrital de Lisboa
António Nabais - Associação Portuguesa de Museologia
Alexandre Cancela de Abreu - Universidade de Évora
Carlos Blazquez - WASA-GN (Water Asessment & Advisory Global Network)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

INCUMPRIMENTO ESCONDIDO COM TRANSVASE DE FORA

NOTA DE IMPRENSA
INCUMPRIMENTO ESCONDIDO COMTRANSVASE
12 DE JULHO DE 2010
O proTEJO esteve recentemente na praia fluvial do Alamal focando a importância do turismo de natureza para tornar os rios mais vivos e mais vividos e a importância da quantidade da água e dos caudais ecológicos para a qualidade da água das praias fluviais.
Ora vejamos, a praia fluvial do Alamal ganhou a bandeira azul no ano de 2005 e nos anos seguintes tem vindo a alternar anos em que perdeu a bandeira azul (2006, 2008 não hasteada e 2009) com anos em que recupera a bandeira azul (2007 e 2010).
Constata-se que os anos hidrológicos em que ocorreu incumprimento dos caudais ecológicos da Convenção de Albufeira foram os anos de 2004/05, 2005/06 e 2008/09, precisamente aqueles que influenciaram a qualidade da água na praia fluvial do Alamal e lhe retiraram a bandeira azul nos anos de 2006 e 2008.
Tendo analisado a informação oficial disponível, concluímos que desde 2004 ocorreram 3 anos de incumprimento consecutivo dos caudais mínimos ecológicos definidos na Convenção de Albufeira por parte do Governo Espanhol, de 2700 hm3 por ano, nos anos hidrológicos de 2004/05, 2005/06 e 2008/09, sendo que apenas o ano hidrológico de 2004/05 foi considerado abrangido pela situação de excepção por motivo de seca.
Apesar da Comissão para Aplicação da Convenção de Albufeira (CADC) ter assumido o cumprimento da convenção no seu relatório hidrometereológico do ano hidrológico de 2005/06 com o registo de escoamento de um caudal de 2.779 hm3 na Barragem de Cedilho apurámos a passagem de igual quantidade de caudal de 2.779 hm3 na Barragem do Fratel, de acordo com a medição do boletim de escoamento de caudal na barragem do Fratel publicado pelo Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (Boletim de Escoamento/SNIRH) do INAG, sendo ambos os documentos da responsabilidade da Autoridade da Água – INAG cujo presidente Orlando Borges é também vice-presidente da mesma CADC.
Esta medição de escoamento na barragem de Cedilho apenas poderia estar correcta se os afluentes do Tejo em nada tivessem contribuído para o caudal do rio Tejo entre as barragens de Cedilho e Fratel.
Estranhando o facto e começando a fazer contas concluímos que, desde 2004 a 2009, foi de 144 hm3 o diferencial médio anual de escoamento de caudal entre a barragem do Fratel e a Barragem de Cedilho.
Também o presidente do INAG, Orlando Borges, observou publicamente numa apresentação (pág. 8) que o escoamento na barragem de Fratel corresponde a mais 200 hm3 de água que o volume de escoamento na barragem de Cedilho. É imediatamente óbvia a falta de fiabilidade da informação de escoamento contida nestes documentos e que um dos dois está incorrecto, o relatório hidrometereológico da CADC ou o boletim de escoamento da Barragem do Fratel, obtido pelo Sistema Nacional de Informação sobre Recursos Hídricos do INAG.
Com efeito, não é verosímil que o cálculo do escoamento na barragem de Cedilho de 2.779 hm3 apurado pela Comissão para a Aplicação e o Desenvolvimento da Convenção (CADC) no seu relatório hidrometeorológico do ano hidrológico de 2005/06 seja igual ao escoamento registado na barragem do Fratel de 2.779 hm3, de acordo com Boletim de Escoamento do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos / INAG, nem que ao fim de 5 anos o INAG não tivesse notado esta incoerência na informação que disponibiliza.
Acreditando na medição obtida na barragem do Fratel, único ponto de medição de caudais sob controlo das autoridades portuguesas, conclui-se que no ano hidrológico de 2005/06 ocorreu um incumprimento da Convenção de Albufeira de cerca de 65 hm3 que corresponde a 2.635 hm3 de escoamento da Barragem de Cedilho calculado pelo abatimento de 144 hm3 de entradas médias de caudal entre as barragens de Cedilho e Fratel aos 2.779 hm3 de escoamento registado na barragem do Fratel (Boletim de Escoamento/ SNIRH/INAG).
Estes 65 hm3 em falta nesse ano significam cerca de 1/3 da fornecida pela EPAL à Grande Lisboa (211 hm3), tal como os 380 hm3 em falta no ano de 2008/09 é o mesmo volume de água que consome a Grande Lisboa e o Grande Porto.
Os anos em que ocorre incumprimento dos caudais hidrológicos pelo Governo Espanhol são precisamente aqueles em que se registam os mais significativos transvases de água para o levante espanhol, ou seja, quanto maior a seca no sul de Espanha menos água teremos disponíveis para manter caudais ecológicos mínimos em Portugal e para assegurar a qualidade da água nas nossas praias fluviais.
É preciso que Portugal tenha um governo que defenda as populações ribeirinhas do Tejo e deixe de negligenciar as Convenções com Espanha.
O Tejo merece!

domingo, 11 de julho de 2010

MEIA CENTENA DE PESSOAS MERGULHARAM PELO RIO TEJO NA PRAIA DO ALAMAL

O “Big Jump” foi organizado pelo proTEJO – Movimento pelo Tejo, e pela Liga para a Proteção da Natureza (LPN), com o apoio do municipio do Gavião, e incluiu diversas ações nas principais bacias hidrográficas europeias, como a organização de um “Mergulho no Rio”, em paralelo com eventos educativos sobre o tema da qualidade da água ou da recuperação dos rios e cursos de água.
O mergulho colectivo, que em 2005 decorreu no rio Alviela e este ano no rio Tejo, na zona do Alamal, praia fluvial que ostenta o galardão Bandeira Azul, procurou chamar a atenção das entidades responsáveis e sensibilizar as populações para que se alcance o objectivo delineado na Lei Quadro da água, com águas de boa qualidade e em quantidade até 2015, para usufruto das populações.
A iniciativa, que decorre de cinco em cinco anos e em que todos os cidadãos da Europa que amam os seus rios mergulham em todos os cursos de água europeus no mesmo dia e à mesma hora, visa reaproximar as pessoas dos seus rios, uma ligação forte e elemento essencial para ganhar o apoio popular para o grande esforço de reabilitação dos rios e zonas húmidas Europeias, no âmbito do projecto expresso na Diretiva Quadro da Água da Comunidade Europeia.
Neste mergulho colectivo do Dia Europeu do Mergulho nos Rios participaram cerca de 50 pessoas, mergulhando em simultâneo na praia fluvial do Alamal, em Gavião, com o objectivo de alertar para a necessidade de uma boa qualidade das águas.
Constata-se contudo que a Convenção de Albufeira tem vindo a ser alvo sistemático de incumprimento com a qualidade das águas a serem directamente afectadas pela falta de quantidade.
“O Big Jump” decorreu este ano em Gavião por esta praia ilustrar bem a relação directa da falta de quantidade com a qualidade das águas visto que nos anos em que tem havido incumprimento da Convenção, a praia fluvial do Alamal perde a Bandeira Azul.
Foi assim nos anos hidrográficos de 2004/2005, 2005/2006 e em 2008/2009, com a redução dos caudais a terem influência negativa directa na qualidade destas águas, uma vez que a praia perdeu sempre a Bandeira Azul, afirmou.
Tendo a praia do Alamala recuperado a sua Bandeira Azul resolvemos celebrar a aproximação das pessoas aos rios, para que estes estejam cada vez mais vivos e mais vividos e que, em 2015, o movimento esteja mais forte e tenhamos mais zonas ribeirinhas onde mergulhar de forma colectiva e despreocupada.
Esta iniciativa é também um apelo às entidades governamentais e comunidades em geral, no sentido de preservarem e devolverem às populações rios saudáveis e com águas de qualidade, sendo o objectivo que, em 2015, ano em que voltará a realizar a iniciativa, seja possível mergulhar em todas as grandes bacias hidrográficas europeias ou nos trechos em que a boa qualidade das águas tenha sido atingida.
Deixamos aqui uma nota de agradecimento ao Munícipio e ao corpo de Bombeiros do Gavião que proporcionaram todas as condições de utilização e de segurança à realização do evento.
Bem hajam!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

1º CONCURSO DE FOTOGRAFIA proTEJO - PROTEGER O RIO, PRESERVAR A ÁGUA

O concurso de fotografia "Proteger o rio, preservar a água" encontra-se enquadrado na "FESTA DA ÁGUA DO TEJO" que se irá realizar dia 25 de Setembro de 2010, em Vila Nova da Barquinha, por iniciativa do proTEJO - Movimento Pelo Tejo, do Município de Vila Nova da Barquinha, da Eco Cartaxo MAE - Movimento Alternativo e Ecologista e da Rede de Cidadania por Uma Nova Cultura da Água do Tejo/Tajo e seus afluentes em parceria com a United Photo Press.
O concurso tem como principal objectivo a busca valorativa da fotografia enquanto forma de expressão artística e estimulo da criatividade daqueles que se dedicam ao prazer de captar imagens, bem como sensibilizar a população para as questões ambientais associadas ao rio Tejo e seus afluentes.
A "FESTA DA ÁGUA DO TEJO" integrará jornadas científicas, concurso de fotografia, ateliê de pintura à beira rio, espectáculo musical, enaltecendo a água do Tejo.

Site do Concurso: http://www.intuto.org/

Cartaz Internet / Impressão

Local de Entrega das Fotografias
Centro Cultural de Vila Nova da Barquinha
39°27'28.25"N, 8°25'56.94"W

Ver mapa maior 

quarta-feira, 7 de julho de 2010

proTEJO NA PRAIA DO ALAMAL - RTP - PORTUGAL EM DIRECTO

O proTEJO deu uma entrevista para a RTP - PORTUGAL EM DIRECTO (13:20 - 15:58) tendo focado a importância do turismo de natureza para tornar os rios mais vivos e mais vividos e a importância da quantidade da água e dos caudais ecológicos, a definir para toda a bacia do Tejo nos planos de gestão da região hidrográfica do Tejo, na qualidade da água das praias fluviais.
Ora vejamos, a praia fluvial do Alamal ganhou a bandeira azul no ano de 2005 e nos anos seguintes tem vindo a alternar anos em que perdeu a bandeira azul (2006, 2008 não hasteada e 2009) com anos em que recupera a bandeira azul (2007 e 2010).
Com efeito, os anos hidrológicos com incumprimento dos caudais ecológicos da Convenção de Albufeira foram os anos de 2004/05, 2005/06 e 2008/09, sendo precisamente aqueles que influenciaram a qualidade da água na praia fluvial do Alamal e lhe retiraram a bandeira azul nos anos de 2006 e 2008.

BIG JUMP 2010 - DIA EUROPEU DE MERGULHO NOS RIOS - 13 HORAS DIA 11 DE JULHO - PRAIA FLUVIAL DO ALAMAL - GAVIÃO

O proTEJO – Movimento Pelo Tejo, a Liga para a Protecção da Natureza e a Câmara Municipal do Gavião convidam a população ribeirinha da Bacia do Tejo a participar no mergulho colectivo do Dia Europeu do Mergulho nos Rios às 13 horas de dia 11 de Julho, domingo, na Praia Fluvial do Alamal, no concelho de Gavião.


Mais conhecido por "Big Jump", este evento inclui inúmeras acções nas principais bacias hidrográficas europeias, como a organização de um “Mergulho no Rio” (Big Jump) em diferentes bacias hidrográficas europeias, em paralelo com eventos educativos sobre o tema da qualidade da água ou da recuperação do rio.
Em 2005 foi realizado um primeiro Mergulho (Big Jump) no Rio Alviela, que se repete este ano em 2010 na Praia do Alamal no rio Tejo. Com esta iniciativa pretende-se que em 2015, o "Dia Europeu do Mergulho no Rio" se possa mergulhar em todas as grandes bacias hidrográficas europeias ou trechos em a boa qualidade tenha sido atingida.
É o dia de celebração da vida dos rios em que todos os cidadãos da Europa que amam os seus rios mergulham em todos os rios europeus no mesmo dia e à mesma hora, desde as nascentes e glaciares até aos oceanos.
Esta acção visa reaproximar as pessoas dos seus rios, uma vez que essa ligação forte é um elemento essencial para ganhar o apoio popular para o grande esforço de reabilitação dos rios e zonas húmidas Europeias, no gigantesco projecto que está expresso na Directiva Quadro da Água da Comunidade Europeia.
O “Big Jump” é uma campanha pela European Rivers Network (ERN) e muitos parceiros, entre os quais RiverNet, WWF, AquaNet European Foundation e foi iniciado por seu fundador Roberto Epple.
Nota de Imprensa
Cartaz
 
De Actualizado recentemente

sábado, 3 de julho de 2010

MOVIMENTO proTEJO QUER UM RIO MAIS SUSTENTÁVEL - REVISTA O INSTALADOR – JUNHO 2010

Ana Clara
UM DOS OBJECTIVOS DESTE movimento é a definição de um regime de caudais em toda a bacia do Tejo e alertar para as consequências da poluição agrícola, industrial e nuclear na qualidade da água. Paulo Constantino, porta-voz do protejo, fala em exclusivo a’ O Instalador sobre a iniciativa.

O movimento proTEJO obteve em Maio passado a garantia do Ministério do Ambiente de que o Governo está a tomar medidas para preservar a qualidade da água da bacia hidrográfica do rio Tejo.
A delegação do movimento, criado em 2009, que congrega 600 entidades, entre cidadãos, associações e autarquias, esteve nessa altura com o secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, com o intuito de discutir algumas questões relacionadas com a política de transvases em Espanha e com a elaboração dos planos de gestão da região hidrográfica do Tejo, que de verão estar concluídos até final de 2010.
“O Governo mostrou-se sensibilizado com as nossas preocupações e foi-nos informado que estão já a ser resolvidas algumas questões, como o projecto da cultura avieira e a monitorização da qualidade da água”, disse, na altura, Paulo Constantino, porta-voz do movimento, no final da reunião com o secretário de Estado.
A’O Instalador Paulo Constantino lembra que a origem do movimento proTEJO encontra-se na falta de água do Tejo e na degradação dos seus ecossistemas.
“Vivendo em Vila Nova da Barquinha não pude deixar de assistir à redução dos caudais do rio Tejo que vem ocorrendo desde 2004 /2005 e que no ano hidrológico de 2008/2009 registou os mais baixos níveis de sempre”, afirma.
Neste contexto, lembra que se realizou em Vila Nova da Barquinha o encontro “Salvar a Água” promovido pelo Instituto para a Democracia Portuguesa e pela COAGRET, tendo estado presentes as ONG do Ambiente portuguesas e uma representante do movimento espanhol em defesa do Tejo de Talavera de la Reina (Espanha).
E acrescenta: “tomei conhecimento do encontro e da manifestação que o movimento espanhol tinha programado realizar a 20 de Junho em Talavera de la Reina e para que os munícipes barquinhenses e cidadãos portugueses estivessem presentes nessa manifestação a Assembleia Municipal de Vila Nova da Barquinha aprovou por unanimidade uma deliberação no sentido de promover a sensibilização e providenciar transporte”. Em consequência destas movimentações, recorda que cerca de 40 portugueses de Vila Nova da Barquinha, do Entroncamento, da COAGRET e da cultura avieira, manifestaram-se contra a política espanhola de transvases do Tejo conjuntamente com 40.000 espanhóis.
Paulo Constantino frisa que a representação portuguesa foi “aplaudida a cada passo que dava com a sua faixa azul”, que dizia “Pelos nossos rios, pelo nosso futuro – Vila Nova da Barquinha – Portugal”, como relembrou no dia 17 de Outubro o representante da Plataforma em defesa do Tejo e do Alberche de Talavera de la Reina.
“A partir desse dia foram-se multiplicando os contactos e começou a construir-se o movimento proTEJO que pretende mobilizar os cidadãos portugueses da bacia hidrográfica do Tejo na defesa do rio e seus ecossistemas, tendo em vista alertar os portugueses e a comunidade europeia e internacional para os seus problemas e identificar as respectivas soluções”, afiança.
Degradação do rio Tejo
Sobre o projecto em si, o responsável do movimento frisa que a bacia do Tejo está submetida a fortes pressões e a um modelo de gestão que resultou na degradação do rio Tejo e seus afluentes.
Entre os principais problemas, Paulo Constantino destaca alguns: “a escassez ou ausência de caudais ao longo de toda a bacia como resultado de um modelo de gestão que não tem em conta a necessária protecção da integridade ecológica do rio e a ausência de um regime de caudais ambientais estabelecidos com base em estudos e critérios sólidos e fiáveis”.
E a falta de caudais tem várias origens: “o Transvase Tejo - Segura condiciona absolutamente a gestão da água no rio Tejo no seu troço alto - médio (desde a sua nascente até Talavera de la Reina), com o transvase de cerca de 70% das águas da sua cabeceira para a bacia do Segura. O resultado desta pressão é o desaparecimento de um caudal fluente em distintos troços do rio e o agravamento dos problemas de qualidade”. E acrescenta: “ o crescimento do regadio, especialmente no Médio Tejo em Espanha, pelo seu alto consumo de água e concentração em certos períodos do ano; a grande procura de água da área metropolitana de Madrid sobre os sistemas da Comunidade de Madrid, de Guadalajara e do Alberche; os desenvolvimentos urbanísticos descontrolados que exercem uma grande pressão sobre pequenas bacias de grande valor ecológico (por exemplo gargantas e cabeceiras no vale do Jerte, no Tiétar, Alagón); a contaminação da água como resultado da existência de descargas des controladas e ilegais, da falta ou insuficiência de sistemas de tratamento de esgotos, assim como da contaminação difusa derivada do excesso de fertilizantes e tratamentos das culturas. A escassez de caudais agrava significativamente os problemas de qualidade; a degradação do domínio público hidráulico com a instalação de pedreiras, a ocupação do mesmo, a desnaturalização e a destruição da vegetação ribeirinha, a caça furtiva e a falta de uma cultura de respeito e uso cívico dos nossos rios e ribeiras; entre outras”.
Entretanto, Paulo Constantino salienta que “os nossos rios, aquíferos, zonas húmidas e estuários encontram-se ameaçados pelas tentativas de manter a velha política hidráulica. Muitos rios estão em grave perigo com a pressão de transvases, açudes e novas barragens (ou seu acréscimo) e da contaminação”. E refere que “uma multitude de aquíferos encontram-se exaustos após décadas de sobre exploração. E tudo isto para satisfazer a apetência de crescimentos urbanos insustentáveis, novos regadios ou centrais hidroeléctricas desnecessárias. As organizações e redes de todas as bacias da península estamos unidas para reclamar a imprescindível mudança para uma nova cultura na gestão dos rios, zonas húmidas e aquíferos que os preserve e proteja”.
“A mudança necessária no modelo de gestão do Tejo requer o planeamento de soluções viáveis para as pressões de que padece o rio sendo desejável que o novo plano de gestão da Região Hidrográfica do Tejo em Portugal e Espanha contemple as seguintes medidas: estabelecimento de um regime de caudais ambientais; erradicação da contaminação das águas superficiais e subterrâneas; completar e rever o processo de demarcação do Domínio Público Hídrico; recuperação e regene - ração do património cultural e ambiental ligado aos rios da bacia; recusar a política de transvases; e avaliar e corrigir o forte impacto do transvase nos espaços protegidos da Rede Natura que dependem da água”.
Recorde-se que o movimento proTEJO tem defendido a definição de um regime de caudais em toda a bacia do Tejo e alertado para as consequências da poluição agrícola, industrial e nuclear na qualidade da água.
Um dos objectivos do movimento protejo centra-se na falta de água do Tejo e na degradação dos seus ecossistemas.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

VOTAÇÃO NO CONCURSO PARA O LOGÓTIPO DA REDE DO TEJO / RED DEL TAJO

Tal como definido em Rivas (Madrid) nas IV Jornadas por Um Tejo Vivo, no dia 29 de Maio, nas últimas semanas a Rede de Cidadania por uma Nova Cultura da Água Tejo /Tajo e seus afluentes abriu um concurso e recebeu propostas de logótipos para a Rede do Tejo / Red del Tajo.
Participaram 12 agências e designers portugueses com cerca de 20 propostas de logótipos e encontra-se a decorrer o período de votação que terminará dia 15 de Julho.
Agradecemos a todos aqueles que colaboraram pedindo propostas e às agências e designers que responderam a esse apelo apresentando as suas propostas.
Bem hajam todos!
CONSULTE AQUI E VOTE AQUI AS PROPOSTAS DE LOGÓTIPO

REGULAMENTO DO PROCESSO DE VOTAÇÃO
Concurso para logótipo da
Rede do Tejo / Red del Tajo
1º. A votação será realizada por todos os membros da Rede do Tejo/ Red del Tajo e do proTEJO no período de 1 a 15 de Julho;
2º. Cada membro pode votar em 5 propostas de logótipo atribuindo uma pontuação de 1 a 5 a cada proposta;
3º. A votação pretende escolher 5 propostas de logótipos do conjunto de propostas enviadas à Rede do Tejo/ Red del Tajo;
4º. As 5 propostas de logótipos com maior total de votos serão comunicadas aos representantes de cada um dos grupos presentes nas IV Jornadas Por Um Tejo Vivo que as votarão até dia 25 de Julho com um voto cada um, sendo estes os seguintes: Asociación de Municipios Ribereños de Entrepeñas y Buendía, Salvemos el Henares, Jarama Vivo, Ecologistas en Acción de Aranjuez, Plataforma de Toledo, Carpio del Tajo, Plataforma de Talavera, Asociación de Piraguistas Talavera – Talak, Plataforma de Gredos, Asociación Vecinos de Navalosa, Ecologistas en Acción de Castilla-La Mancha, AEMS Ríos con Vida, COAGRET, Fundación Nueva Cultura del Agua, WWF World Wildlife Fund, SEO Birdlife e proTEJO - Movimento Pelo Tejo.
5º. As propostas de logótipos devem ser expostas sem indicação do seu proponente de modo a garantir que a escolha não é por isso influenciada;
6º. Depois de votadas e apuradas as 5 propostas de logótipo a Rede do Tejo/Red del Tajo compromete-se a manter durante 6 meses na sua página todas as propostas de logótipo com a indicação do nome e correio electrónico do proponente, destacando a proposta vencedora e as 4 apuradas para a final.
7º. A proposta e o designer vencedor serão divulgados em Portugal e Espanha com nota de imprensa da Rede do Tejo/ Red del Tajo e do proTEJO para divulgar a nova imagem da Rede do Tejo/ Red del Tajo.
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O PATRIMÓNIO DO TEJO, PAISAGEM CULTURAL A PRESERVAR

A Administração da Região Hidrográfica do Tejo (ARHTejo) e a Sociedade de Geografia de Lisboa promoveram em Vila Velha de Ródão, no dia 1 de Julho de 2010, na Casa das Artes e Cultura do Tejo, uma sessão debate sobre o rio “Património do Tejo”.
Maria do Carmo Sequeira, presidente da Câmara Municipal de Vila Velha do Ródão, Luís Aires -Barros, presidente da Sociedade de Geografia de Lisboa, e Manuel Lacerda, presidente da ARH do Tejo, integraram a mesa da sessão de abertura.
Este evento teve como finalidade realçar o Tejo como sinónimo de património, definido como um bem material, natural ou imóvel que possui significado e importância artística, cultural, religiosa, documental ou estética para a sociedade, tendo associada uma dimensão patrimonial quase incomensurável.

Neste domínio, pretende-se promover uma candidatura transnacional do Tejo Ibérico a Património Universal, mas “se não tivermos recursos hídricos de qualidade não teremos património natural” foram as palavras do Almirante José Bastos Saldanha primeiro orador que apresentou o tema “Tejo, Património da Humanidade um sonho” e o conceito de paisagem cultural aplicável ao Tejo.
Também esteve presente Galopim de Carvalho, o bem conhecido geólogo alentejano de Évora que já percorre e estuda esta região há mais de quarenta anos, que levou os participantes a viajar pelo tempo defendendo a ideia de que o Tejo “corria para dentro” algures num vale em Espanha onde encontrava uma outra linha de água que é agora o montante do rio, cuja comunicação com o mar se iniciou há 23 milhões de anos, declarando que o nome do lugar de Seixal vem das cristas quartzíticas, como a que percorre as portas de Ródão, e que o gargalo do Tejo (parte final e mais estreita do estuário) é muito recente, com cerca de 1 milhão de anos.
Fernando Catarino falou-nos do Tejo dos poetas, de Fernando Pessoa e de Alexandre O'Neill, e da biodiversidade do Tejo tendo afirmado que “se castrarmos o Tejo com barragens irá parecer um caldo verde”, “a azinheira marca a paisagem, faz solo e suporta gados e gentes, nomeadamente, o javali”, tendo também solos extremamente ácidos onde predominam as oliveiras, amendoeiras, o zimbro e o tamujo, ideais para campos magros.
No espaço de debate questionou-se se em vez de empregar o termo “explorar os recursos do Tejo” não se deveria falar em “utilizar os serviços do ecossistema”.
O Tema “Comunidades aquáticas e qualidade ecológica da rede fluvial do Tejo” foi apresentado por João Oliveira e Teresa Ferreira do CEF / Instituto Superior de Agronomia que realçaram que o valor pesqueiro do rio é a melhor ferramenta para fazer a avaliação do seu estado ecológico.
A avaliação efectuada por estes académicos utilizou sete espécies piscícolas, das quais ainda existem seis, tendo concluído que na zona mais próxima da fronteira a situação ecológica agrava-se por acção das barragens e da contaminação das águas, que atinge o estado de eutrofização, mas foi considerada uma situação recuperável.
A título de exemplo, das dificuldades colocadas às espécies piscícolas foi mencionado que a enguia não consegue chegar a lugares do interior e que as passagens para peixes estão com uma eficiência de apenas 44%, não existindo informação quanto ao impacto do açude de Abrantes.
Algumas frases do Painel sobre património arqueológico e histórico do Rio Tejo:
A desertificação de algumas áreas tem melhorado localmente a qualidade ecológica.
A sobrevivência de um modo de vida (permanecer no interior) significa bem-estar cultural e não atraso.
O gelo vindo da Serra da Estrela chegava às cortes de Lisboa partindo das Portas de Ródão acondicionado em palha, motivo pelo qual a entrada do rio Tejo em Lisboa ainda hoje é nomeada como “mar da palha”.
Os últimos elefantes da região existiram em Vila Velha de Ródão.
O prémio Nobel José Saramago Nasceu na borda do Tejo.
O rio era utilizado como via de transporte de pessoas e carga, mas pouco se sabe sobre transporte de madeira.
O nome do rio (Tejo) provém do latim Tagus mas a passagem do “g” a “j” não pode explicar-se pelas leis de transformação do latim em português, mas por intervenção da língua árabe que durante séculos foi um dos idiomas da Península; a língua árabe não tinha o som “g” de Tagus e por isso o modificou em “j”: assim Tago (antiga forma oral espanhola) e como a peninsular se pronuncia “e”, também “Tejo”. Tejo é nome de proveniência latina, evolucionado por influência árabe.
Deveria existir uma agência Ibérica que defenda o rio, regule os caudais ecológicos e os tranvases visto que o Convénio da Albufeira não tem vindo a ser devidamente aplicado.
Foi anunciado que está prevista a realização de uma segunda sessão “Património do Tejo” no final do ano, possivelmente em Outubro, altura em que também decorrerá uma caminhada pedestre ao longo do rio Tejo de Lisboa até à fronteira em Cedilho, e talvez continuando por Espanha, inaugurando um percurso que a ARH Tejo pretende que seja uma “Grande Rota do Tejo” com “caminhos de pé posto, o mais dependente possível das margens do Tejo, segundo as regras e simbologia internacionais” (
InfoTejo n.º5 de Junho de 2010/ARH Tejo).
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