segunda-feira, 31 de maio de 2010

1º CONCURSO DE FOTOGRAFIA proTEJO - PROTEGER O RIO, PRESERVAR A ÁGUA

O concurso de fotografia "Proteger o rio, preservar a água" encontra-se enquadrado na "FESTA DA ÁGUA DO TEJO" que se irá realizar dia 25 de Setembro de 2010, em Vila Nova da Barquinha, por iniciativa do proTEJO - Movimento Pelo Tejo, do Município de Vila Nova da Barquinha, da Eco Cartaxo MAE - Movimento Alternativo e Ecologista e da Rede de Cidadania por Uma Nova Cultura da Água do Tejo/Tajo e seus afluentes em parceria com a United Photo Press.
O concurso tem como principal objectivo a busca valorativa da fotografia enquanto forma de expressão artística e estimulo da criatividade daqueles que se dedicam ao prazer de captar imagens, bem como sensibilizar a população para as questões ambientais associadas ao rio Tejo e seus afluentes.
A "FESTA DA ÁGUA DO TEJO" integrará jornadas científicas, concurso de fotografia, ateliê de pintura à beira rio, espectáculo musical, enaltecendo a água do Tejo.

Site do Concurso: http://www.intuto.org/

Cartaz Internet / Impressão

Local de Entrega das Fotografias
Centro Cultural de Vila Nova da Barquinha
39°27'28.25"N, 8°25'56.94"W

Ver mapa maior 

ADMINISTRAÇÃO ESPANHOLA ASSUME QUE O TEJO NASCE NOS ESGOTOS DE MADRID

A Confederação Hidrográfica do Tejo (CHT), pertencente ao Ministério do Ambiente, confirma no seu último relatório, de 2008, que, ao entrar Toledo, os caudais do rio Jarama, que recolhe todos os esgotos da capital e dos seus dormitórios suburbanos, representa até "80% do volume total do rio Tejo”.
De facto,o Tejo nasce nos esgotos de Madrid porque o rio Tejo que nasce na Serra de Albarracín (Teruel) é desviado para a bacia do Segura e para o Mar Mediterrâneo através do transvase Tejo - Segura.
O presidente da CHT assume que "o rio está a sofrer agressões muito significativas. As pressões humanas e urbanísticas são enormes."
Leiam a notícia abaixo e se quiserem ver para crer apreciem as fotografias que tirámos no dia 30 de Maio quando participámos num passeio até à confluência dos rios Manzanares e Jarama, vejam como a cor negra contrasta com a areia mais clara.
A solução passar por alcançar um compromisso entre os Governos Espanhol e Português e a Comissão Europeia que garanta:
1º O retrocesso da política de transvases em Espanha consubstanciada na definição de um plano plurianual de investimentos que permitam a substituição progressiva dos transvases existentes e previstos;
2º A definição de um projecto comunitário para apoio e financiamento à implementação de alternativas aos transvases baseadas no uso eficiente da água e na gestão da procura da água nas bacias receptoras.


Um rio fragmentado e alimentado por esgotos
O Governo cortou 10% de investimento no rio, um “esgoto "de acordo com as ONG. O Ministério do Ambiente admite que o plano de bacia, que é obrigatório para 2009, será adiada até 2011 ou 2012.
MADRID MANUEL 2010/05/31 08:30 ANSEDE

O responsável máximo pela gestão do rio Tejo, José María Macías, diz que o seu trabalho é "diabólico". E está certo. O Tejo é o maior rio da Península Ibérica, com cerca de 1.100 km de comprimento. Abrange as cinco regiões autónomas, umas governadas pelo PSOE e outras pelo PP, e dois países. A água das casas de banho de oito milhões de espanhóis, tratada ou não, acaba no rio. E todos bebem da bacia do Tejo. Mesmo Múrcia, através do controverso Transvase Tejo - Segura. Duas centrais nucleares, Trillo e Almaraz, fundem os seus átomos nas suas margens. Nas suas águas há cocaína, clorofórmio, derivado do insecticida DDT, e quase qualquer substância que se possa imaginar. Nas estações de tratamento do Tejo apareceram, inclusivamente, vacas vivas. E o seu curso está dividido por mais de 200 barragens hidroeléctricas. O rio parece incontrolável e, pior ainda, o Governo cortou 10% dos investimentos da bacia do rio Tejo para os próximos três anos, segundo Macias, que preside ao organismo.
Guirigay na negociação
Cerca de 80% do volume de caudal do rio vem de Madrid
"Não quero enganar ninguém. O rio está a sofrer agressões muito significativas. As pressões humanas e urbanísticas são enormes", admite com resignação Macias. Os grupos ambientalistas locais, como Jarama Vivo, são ainda mais críticos. Dizem que o Tejo é um "esgoto a céu aberto”. E a própria Confederação, que pertence ao Ministério do Ambiente, confirma-o. O seu último relatório, de 2008, assinala que, ao entrar Toledo, os caudais do rio Jarama, que recolhe todos os esgotos da capital e dos seus dormitórios suburbanos, representa até "80% do volume total do rio Tejo”. Os livros dizem que o rio nasce na Serra de Albarracín (Teruel), mas o Tejo nasce, de facto, nos esgotos de Madrid.
As organizações para a defesa do Tejo, agrupadas na Rede de Cidadania por para uma Nova Cultura da Água no rio Tejo, reuniu-se este fim-de-semana em Rivas Vaciamadrid para pressionar o governo a recuperar o rio. "A lei dá a razão. A legislação europeia obriga a Espanha a elaborar planos de salvamento dos seus rios, os planos de gestão de bacia hidrográfica, até Dezembro de 2009. E do Tejo nem estão elaborados nem se prevê quando estejam.
A desculpa oficial é a "complexidade" da negociação. Cinco ministérios incluindo os Negócios Estrangeiros para lidar com Portugal, 15 concelhos de cinco regiões autónomas, centenas de municípios, organizações ambientais, serviços públicos, associações de agricultores e até associações de canoagem envolvidos nas negociações. No entanto, o coordenador da política ambiental da Sociedade Espanhola de Ornitologia (SEO / Birdlife), David Howell, qualifica essa suposta complexidade. "Isto é Espanha", brinca. O rio Danúbio, com mais de 2.700 quilómetros, que atravessa 10 países, diz Howell, já tem plano de bacia, conforme exigido por lei.
O ministério responsabilizou o atraso do plano de bacia para a sua “complexidade”
Macias, engenheiro civil, não se atreve a definir uma data exacta para o Tejo. "Estamos a falar de um ou dois anos", admite. O plano de bacia, obrigatório até Dezembro de 2009, poderá chegar em 2012. E a Directiva Quadro da Água prevê que as águas europeias estejam “em bom estado" em 2015. Impossível para o Tejo.
"O importante, mais que ficar obcecado com uma data, é que façamos um bom plano de bacias hidrográfica com consenso", diz Macias. Na sua opinião, o caso do Danúbio tem nada a ver com o maior rio da Península. "Ali há água. Aqui saímos da pior seca do último século. Quando há água tudo é mais fácil", avaliou.
O presidente da Confederação Hidrográfica do Tejo defende a sua gestão. Diz que todos os parâmetros indicam que a qualidade da água tem melhorado nos últimos anos. A sua instituição construiu nos últimos anos, três das maiores estações de tratamento na Europa para limpar de águas residuais mais de quatro milhões de habitantes da Comunidade de Madrid: 330 milhões de euros em investimentos, pagos na época da ex-ministra do Ambiente, Cristina Narbona.
"O rio sofre grandes agressões", diz o responsável pela sua gestão
A contaminação política
No entanto, Macias não é triunfalista. "Com a melhor tecnologia disponível, as estações de tratamento apenas são capazes de eliminar 98% dos resíduos. E 2% é muitíssimo numa cidade como Madrid ", explica. Além disso, o relatório final do CHT dá um alarme: cerca de 175 aldeias com 2.000 a 15.000 habitantes e sete áreas urbanas com mais de 15.000 habitantes despejam os seus esgotos no Tejo, “sem tratamento de depuração ou com tratamento insuficiente”. As fezes de mais de meio milhão de espanhóis, de resíduos e das suas indústrias, são atirados directamente para o rio. "Estamos a fazer um trabalho difícil, porque a depuração é muito cara. Vamos abrir outras 50 estações de tratamento em Cáceres e 15 em Toledo", disse Macias.
Andrés del Campo, o presidente da Federação Nacional de Comunidades de Regantes, que reúne mais de 700 mil agricultores, acredita que há algo mais perigoso do que esse desperdício: "A contaminação política da água." Na sua opinião, o plano de bacia é prejudicado pela tentativa de Castilla - La Mancha, governada pelo socialista José María Barreda, fechar em 2015 a torneira do transvase Tejo - Segura, inaugurado em 1979, quando o Tejo era um verdadeiro rio. Após os protestos de Valência e Múrcia, que bebem e cultivam graças ao aqueduto, Castilla -La Mancha trocou a revogação do transvase por uma reserva de água de 4.000 hectómetros cúbicos que figura na reforma bloqueada do seu estatuto de autonomia para garantir o seu abastecimento. "Todas as comunidades vão querer reservar os caudais dos seus rios nos seus estatutos. Haverá problemas em todas as bacias, mas no Tejo, muito mais. Isto vai ser uma guerra", adverte.
A principal novidade da Directiva Quadro da Água é o conceito de caudais ambientais: os rios deverão transportar uma massa de água suficiente para diluir os poluentes e proteger a flora e fauna. Os regantes, diz Del Campo, temem que o plano de bacia do Tejo, fixe caudais tão altos que obriguem a fechar o aqueduto Tejo - Segura. "Se utilizarem esse truque, não há água para ninguém", assinala.
"Despimo-nos"
Raul Urquiaga, porta-voz da associação Jarama Vivo Acção e do Grupo de Acção para o Meio Ambiente, organizador das jornadas em defesa do Tejo deste fim-de-semana, é mais céptico. "A Confederação Hidrográfica do Tejo está completamente subjugada aos interesses dos regantes e dos Governos do Levante", afirma. Urquiaga diz que os grupos ambientalistas apenas pedem ao ministério de Elena Espinosa "que se cumpra a lei."
Exigem caudais ambientais "sérios e reais" e a "erradicação" da poluição procedente dos núcleos urbanos e agrícolas. E, claro, a revogação do transvase Tejo - Segura, que, segundo denunciam, rouba “70% das águas da cabeceira" do rio levando-as para o desenvolvimento urbano e da agricultura intensiva de Múrcia e Valência.
Urquiaga também acusa o Ministério do Meio Ambiente de "não permitir qualquer participação pública" no desenvolvimento do plano de bacia. O presidente do CHT nega: "Tivemos 60 reuniões e toda a informação está no nosso site. Já nos despimos."

"O rio está limitado por um transvase de Franco"
Alberto Fernández - Director da Água WWF
O que pode fazer a sociedade civil para salvar o Tejo?
Tudo o que podemos fazer é apoiar e ajudar. O Tejo está sob uma enorme pressão. Temos que entender que a cabeceira do rio está comprometida por um transvase que vem da época Franco. Múrcia está hoje dependente do transvase e isso afecta muitissimo o Tejo.
O que acontece após a aprovação do plano de bacia hidrográfica?
Espanha nunca se preocupou com caudais ambientais, científicos. Isto é novo, nunca foi feito e agora faz-se porque é imposto pela União Europeia. As precipitações no Alto Tejo caíram 40%. E ao mesmo tempo, Madrid converteu-se num monstro que precisa de muita água e a toma do Jarama, do Henares Alberche, do Manzanares. Com a Directiva Quadro da Água, a Confederação Hidrográfica do Tejo tem de garantir caudais ambientais em toda a bacia. Deve haver mais água para diluir mais os contaminantes.
Porque ainda não existe um plano de bacia hidrográfica?
A Confederação Hidrográfica do Tejo tem um papel difícil, porque o plano depende de um acordo político ao mais alto nível. A água na Espanha está muito politizada. Os partidos usam-na para conseguir votos. E o atraso na aprovação do plano forçar-nos-á a tomar decisões rápidas e inadequadas. Chegaremos atrasados aos compromissos com a União Europeia, como sempre.
Qual é o processo de participação da sociedade no desenvolvimento do plano para o Tejo?
O processo participativo tem sido mau, medíocre e inútil. Estamos na Europa, por isso temos de exigir ao governo espanhol que faça as coisas bem.
WWF é contra o transvase Tejo - Segura, mas que alternativa propõe?
Somos realistas. Agora não se pode desligar a torneira, é claro. Precisamos de elaborar um plano sério de substituição do consumo. E a única alternativa agora é a dessalinização. Além disso, temos que travar o enorme desenvolvimento do regadio e do turismo em Múrcia e Valência e aumentar a poupança e eficiência no consumo de água.

AZAMBUJA ADERE AO proTEJO

A Câmara Municipal de Azambuja, em deliberação de 25 de Maio, aprovou por unanimidade a adesão ao proTEJO - Movimento Pelo Tejo, a realização de uma Conferência Internacional sobre a problemática dos transvases no rio Tejo e seus impactos no ambiente, na agricultura, no turismo e na cultura, designadamente.

Aqui publicamos a Proposta aprovada:
«Considerando que:
1. Existem sérias dúvidas sobre o cumprimento da Convenção sobre a Cooperação para a Protecção e o Aproveitamento Sustentável das Águas das Bacias Hidrográficas Luso-Espanholas, designadamente no que respeita aos caudais mínimos estabelecidos para o Rio Tejo.
2. O Governo Espanhol está a estudar a possibilidade de avançar com grandes transvases no Rio Tejo para irrigar os campos agrícolas de Almeria e arredores.
3. A concretização deste projecto espanhol irá provocar a redução do caudal do Tejo português entre os 40 a 60%, o que terá um impacto negativo designadamente no ecossistema ambiental, na estrutura da nossa produção agrícola e na viabilização de um turismo de qualidade que tem no Rio Tejo uma das suas principais referências.
4. Azambuja está intimamente ligada ao Rio Tejo, o que marcou durante gerações a nossa cultura e modo de vida.
Nestes termos, propõe-se o seguinte:
a) A Câmara Municipal de Azambuja, em estreita colaboração com a CIMLT, deverá organizar uma Conferência Internacional sobre a problemática dos transvases no Rio Tejo e seus impactos no ambiente, na agricultura, no turismo e na cultura, designadamente.
b) A referida Conferência será realizada durante o 1.º trimestre de 2011 e deverá reunir, nomeadamente, especialistas técnicos, ambientalistas, autarcas portugueses e espanhóis, empresários, agricultores e agentes da Cultura, com o objectivo de sensibilizar a opinião pública nacional e espanhola, bem como os respectivos poderes públicos, para este verdadeiro crime que querem cometer contra o Rio Tejo, a nossa Lezíria, a nossa cultura e modo de vida.
c) Sem prejuízo do necessário apoio logístico e administrativo prestado pelos serviços da autarquia, a organização da Conferência deverá ser cometida a uma Comissão presidida pelo Sr. Presidente da Câmara Municipal e que integre o Presidente da Assembleia Municipal, um representante indicado por cada grupo municipal com assento na Assembleia Municipal, um representante da CIMLT e um representante da Administração da Região Hidrográfica do Tejo, IP.
d) O Município de Azambuja deverá solicitar a sua adesão à organização não-governamental ProTEJO – Movimento Pelo Tejo.”

domingo, 30 de maio de 2010

CARTA À MINISTRA ESPANHOLA

Exma. Sra. Dña. Elena Espinosa
Ministra
Ministério do Ambiente e Meio Rural e Marinho
Pza. San Juan de la Cruz s/n
Madrid
Madrid, 28 de Maio de 2010


Estimada Ministra:

A Rede de Cidadania por uma Nova Cultura da Água no Tejo/Tajo e seus Rios, um conjunto de mais de 70 organizações e municípios da bacia do Tejo em Espanha e Portugal, surgiu em 2007 em defesa dos valores ambientais, culturais e patrimoniais associados ao Tejo e seus afluentes. Desde a sua criação, a Rede de Cidadania do Tejo vem fazendo um acompanhamento exaustivo do processo de elaboração do novo Plano de Gestão da Bacia, apresentando sugestões, alegações e propostas que contribuam para a mudança para um modelo de gestão sustentável e conforme com as exigências da Directiva Quadro da Água (DQA).
Observamos com preocupação a paralisação e os atrasos acumulados do processo do novo planeamento hidrológico que está a causar graves impactos ambientais, económicos e sociais. O Tejo e os seus rios estão submetidos a graves pressões e a um modelo de gestão que não corresponde aos critérios que emanam da DQA e que, portanto, são de cumprimento obrigatório em Espanha. No caso do Tejo em concreto contemplamos com preocupação:
• A falta de transparência e informação sobre as medidas contidas no novo plano de bacia hidrográfica em geral e, especificamente, quanto à definição do regime de caudais ambientais na bacia do Tejo.
• A continuada contaminação da água como resultado da existência de descargas descontroladas e ilegais, da falta de tratamento de esgotos ao longo do troço médio e alto da bacia, e do excesso de fertilizantes e tratamentos das culturas que aumentam os níveis de poluentes na água.
• A degradação do domínio público hidráulico com a instalação de pedreiras, a ocupação do mesmo, a desnaturalização e a destruição das matas ciliares, a caça furtiva e a falta de uma cultura de respeito e uso cívico dos nossos rios e ribeiros.
• A manutenção das regras de funcionamento do Transvase Tejo Segura que excluem os critérios básicos de transparência e de participação pública; de conservação e não degradação ecológica do rio Tejo, no seu troço alto e médio, e de garantia da cobertura das necessidades da bacia do Tejo, tal como determina a própria lei e sucessivas sentenças do TS.
• O transvase de caudais no ano de 2009, quando a bacia do Tejo se encontrava em situação extrema de seca, com cortes no abastecimento às populações, ausência de caudais e forte poluição em alguns troços do rio, e insuficiência de caudais para cumprir as nossas obrigações Portugal estabelecidas na convenção de Albufeira, e novamente em 2010, quando a bacia do Segura se encontra em situação de abundância e não requer os caudais do transvase.
• O inicio e estudo de novos transvases desde o Tejo. Apesar da situação de forte deterioração em que se encontra o Tejo e os seus afluentes, está em construção um novo transvase do Tejo a Tubagem Manchega, que no fará senão incrementar estas pressões. Por outro lado, a recente adjudicação do Estudo de viabilidade de um hipotético transvase desde a barragem de Valdecañas até ao Levante espanhol e de alternativas prioritárias de um transvase interno Tejo-Guadiana na Estremadura por parte da Junta de Estremadura por um montante de 271.150 euros, é um exemplo de irresponsabilidade da administração, ao realizar uma significativa despesa em momentos de forte crise económica onde se requer austeridade financeira por uma administração sem competências na planificação da água.
• A necessidade de rever o Convénio de Albufeira adaptando-o aos requisitos da DQA de planeamento e gestão coordenada do Tejo sob princípios de transparência e sustentabilidade.
Nos dias 29 e 30 de Maio, a Rede de Cidadania por uma Nova Cultura da Água no Tejo/Tajo e seus afluentes celebrará en Rivas Vaciamadrid as suas IV Jornadas Por Um Tejo Vivo, nas quais as organizações de Espanha e Portugal analisarão e debaterão a informação disponível no actual momento de planeamento. Desta forma, são os próprios cidadãos que num exercício de responsabilidade suprem as carências dos processos oficiais de participação pública.
omo máxima responsável nesta matéria, gostaríamos de lhe poder transmitir as conclusões resultantes das IV Jornadas por um Tejo Vivo, assim como a nossa preocupação pelo conteúdo do novo plano, e as fortes pressões políticas e territoriais a que está a ser submetido. Acreditamos que é importante que conheça em primeira mão as inquietações dos movimentos de cidadãos surgidos em torno dos rios da bacia do Tejo, que não vão permanecer impassíveis sem um novo plano, finalmente, continuam a repetir-se os velhos esquemas de planificação, e converte-se numa grande excepção aos objectivos ambientais da Directiva Quadro da Água. Por isto solicitamos-lhe uma reunião na qual apresentaremos a nossa perspectiva sobre o processo de planeamento.
Juntamos uma lista dos grupos e organizações que à data de hoje fazem parte da Rede de Cidadania por uma Nova Cultura da Água no Tejo/Tajo e seus afluentes.
Aguardando a sua resposta queira receber um cordial cumprimento, em representação da Rede de Cidadania por uma Nova Cultura da Água no Tejo/Tajo e seus afluentes:

Alejandro Cano - Plataforma de Toledo en Defensa del Tajo +34699497212
Paulo Constantino - proTEJO Movimento pelo Tejo +351919061330
Miguel Angel Hernández Ecologistas en Acción de Castilla-La Mancha +34608823110
David Howell - SEO Birdlife +34676508613   
Jesús Nieto - Amigos de Carpio del Tajo
Miguel Ángel Sánchez - Plataforma en Defensa de los Rios Tajo y Alberche de Talavera
+34616983715

quinta-feira, 27 de maio de 2010

MANIFESTAÇÃO EM DEFESA DOS RIOS - MADRID/ VALÊNCIA/ BARCELONA

No próximo fim-de-semana coincidem em vários pontos de Espanha três manifestações e actos de cidadania convocados por diferentes organizações: Plataforma Xúquer Viu (Sueca, Valência, sábado 29 de Maio, “Pelo Xúquer, pelo nosso futuro”), Rede de Cidadania por uma Nova Cultura da Água no Tajo/Tejo (Madrid, 28‐29 Maio, “Por um Tejo Vivo”) e Plataforma em Defesa do Ebro (Barcelona, domingo 30 de Maio, “O Ebro sem caudais é a morte do Estuário”), todas com um objectivo comum: a mobilização de cidadãos em defesa dos rios.

Veja quem apoia a manifestação de Madrid, Sueca/Valência e Barcelona.

Estes protestos servirão para demonstrar às autoridades e à opinião pública em geral, o grave estado de deterioração em que se encontra uma boa parte dos rios, aquíferos e águas costeiras em Espanha; mas, sobretudo, contribuem para exigir o cumprimento da Directiva Quadro da Água (DQA) incorporando o público e todas as partes interessadas na tomada de decisões.

CONVOCATÓRIA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA - Rede de Cidadania por uma Nova Cultura da Água no Tejo/Tajo e seus afluentes (http://www.redtajo.es/)

CONVOCATÓRIA ONG AMBIENTE - Ecologistas em Acção/ SEO Birdlife/ WWF / Greenpeace

COMUNICADO DA FNCA - Fundação Nova Cultura da Água

IV JORNADAS POR UM TEJO VIVO

LOCALIZAÇÃO DAS JORNADAS


CONVOCATÓRIA
CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
(Sexta-feira 28 de Maio, 12:00 horas, Ministério do Ambiente, Madrid)


Representantes de mais de 100 organizações de cidadãos e ecologistas de Espanha e Portugal apresentarão à imprensa as suas reivindicações para o novo plano de gestão da bacia do Tejo
Seguidamente entregarão uma carta com as suas reivindicações à Ministra do Ambiente


Aproveitando as IV Jornadas por um Tejo Vivo que se celebram em Rivas Vaciamadrid nos dias 29 e 30 de Maio de 2010, a Rede de Cidadania por uma Nova Cultura da Água no Tejo/Tajo e seus afluentes (www.redtajo.es) reivindica uma mudança radical na gestão do Tejo e seus afluentes e solicita una reunião com a Ministra do Ambiente e do Meio Rural e Marinho para apresentar as suas preocupações. Na conferência de imprensa serão apresentadas as principais carências e problemas da bacia do Tejo, que não sendo solucionadas causarão o incumprimento da normativa comunitária, e a correspondente queixa à Comissão Europeia. Estas acções coincidem com as manifestações de cidadania em Valência e Barcelona ao longo do fim-de-semana em defesa dos rios ibéricos e por uns planos de bacia que respeitem os princípios da Directiva Quadro da Água.

A Rede de Cidadania por uma Nova Cultura da Água no Tejo/Tejo engloba mais de 100 organizações de cidadãos, municípios ribeirinhos, e especialistas e universitários da bacia do Tejo. Os membros da Rede contemplam com preocupação a paralisação e os atrasos acumulados na elaboração do novo plano de bacia no Tejo que está provocar graves impactos ambientais, económicos e sociais. O Tejo e os seus rios estão submetidos a graves pressões e a um modelo de gestão que não corresponde aos critérios que emanam da Directiva Quadro da Água e que, portanto, são de cumprimento obrigatório em Espanha.

Com esta finalidade, convocamos os meios de comunicação social para uma conferência de imprensa na sexta-feira, 28 de Maio às 12:00 em frente ao Ministério do Ambiente e Meio Rural e Marinho (Plaza de San Juan de la Cruz, S/N).

Mais informação e contactos:

Alejandro Cano Plataforma de Toledo en Defensa del Tajo +34699497212


Paulo Constantino proTEJO – Movimento pelo Tejo +351919061330


Miguel Angel Hernández Ecologistas en Acción de Castilla-La Mancha +34608823110


David Howell SEO Birdlife +34676508613

Miguel Ángel Sánchez Plataforma en Defensa de los Rios Tajo y Alberche de Talavera +34616983715

sexta-feira, 21 de maio de 2010

UM TEJO SUJO E ESTRANGULADO

Alejandro fala bem verdade quando afirma que "uma coisa é saber o que está a acontecer e outra é vê-lo com os seus próprios olhos".
Deixamo-vos aqui o olhar de dois amigos do Tejo que denunciam o estrangulamento que as barragens e o transvase causam a este rio, bem como testemunham a carga de poluição que nele é despejada em Espanha de modo a que chega a Portugal já na forma de esgoto, causando os fenómenos de eutrofização cada vez mais usuais.

EL TAJO ESTRANGULADO - Blogue "QUERENCIAS" da autoria de Miguel Ángel Sánchez
"Dois gráficos que falam por si. No reservatório Bolarque (província de Guadalajara), o rio Tejo divide-se em dois: um segue o seu curso natural, o outro vai até ao Mediterrâneo, através do Transvase Tejo-Segura.
O primeiro gráfico corresponde à água do Tejo que chega à barragem de Almoguera, a jusante de Bolarque, e que teoricamente é a que sai desta barragem pelo leito natural do Tejo.
Em segundo lugar, um gráfico que mostra a água que é bombeada através do Transvase Tejo-Segura nos últimos dez dias. A média da água transferida é de 16 m3/s, enquanto a que leva o próprio rio é de 5,6 m3/sg, ou seja, três vezes menos.
Cerca de 74% do caudal segue pelo transvase, enquanto o Tejo retem apenas 26%.
Cerca de 100 km a montante, em Trillo, a vazão média do rio Tejo durante esses dias foi de 35 m3/s. Assim, 100 km a jusante, o rio Tejo tem um caudal sete vezes menor.
Um autêntico disparate.
Mas não se fica por aqui. Esta semana, a afluência média anual nas barragens de Entrepeñas e Buendia foi cerca de 70 m3/s (soma do Tejo mais o Guadiela), que seria o caudal que deveria circular em Almoguera na ausência de regulação, em vez dos ridículos 6 m3/s. Portanto, passamos de 70 m3/s para 5,6 m3/s, deixando o rio com 8% do caudal possível. E sabendo-se que a água armazenada (92%) não serve para regular o Tejo, em si, mas que está destinada a seguir pelo transvase.
O Tejo, um exemplo de sustentabilidade na gestão dos rios ibéricos.
O rio Tejo estrangulado."

SOBREVOANDO O TEJO 
"No outro dia, aproveitei o bom tempo para sobrevoar o Tejo, desde Aranjuez até Valdecañas. Fiquei impressionado com várias coisas, não por serem novas, mas porque uma coisa é saber o que está a acontecer e outra é vê-lo com os seus próprios olhos.
A primeira, a junção dos rios onde o Tejo desagua no esgoto do Jarama, observa-se o trabalho de diluição que exerce o Tejo (que também não vem limpo de Aranjuez) sobre o caldo espesso e negros do Jarama.
Segundo, as numerosas manchas flutuantes que aparecem em todos os lugares (possíveis descargas) e outros já fixas no leito (possíveis depósitos em fundo baixos).
Terceiro, a sequência de barragens precedidas de açudes de laminação que acumulam nos seus muros de contenção espessas camadas de matéria em suspensão ainda não se afundou; não consigo imaginar a quantidade de sujidade acumulada nestes fundos.
Quarto, como o Tejo fica quase seco por vários quilómetros depois da barragem de Castejón, porque quase toda a água é canalizada para abastecer a central eléctrica junto ao Carpio de Tajo.
Não é à toa que Talavera está seca no verão.
Que desastre de rio, que porcaria fantástico!"
Alejandro.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

O TEJO MERECE MELHOR!!

A Comissão Europeia estendeu à degradação de Las Tablas de Daimiel e Zonas Húmidas de La Mancha o procedimento de infracção inicialmente oficiado às autoridades espanholas por incorrecta transposição da Directiva Quadro da Água, referida aqui, face a nova informação sobre presumíveis infracções relacionadas com o mau uso de água e com a responsabilidade ambiental.
Segundo a WWF deve ser efectuada uma recuperação das zonas húmidas promovendo a utilização sustentável da água que começa por uma extracção legal e controlada das águas subterrâneas, reduzindo para metade a água usada para irrigação e optimizando a eficiência dos sistemas de irrigação, tal como previsto no Plano Especial do Alto Guadiana e exigido pela Directiva Quadro da Água. 
Em Novembro de 2009 o proTEJO já tinha aqui recusado os transvases do Tejo aprovados como paliativos do Parque Nacional de Tablas de Daimiel por se tratar de um procedimento ineficaz e, em consonância com as ONG Ambientalistas de Espanha, colocámos a prioridade na defesa dos princípios de gestão de recursos hídricos da Directiva Quadro da Água, considerando que a solução para Las Tablas passava por utilizar água da própria bacia do Guadiana para apagar o incêndio subterrâneo e recuperar o Parque Nacional utilizando as águas dos poços já existentes.
A Comissão Europeia apresentou no Tribunal de Justiça da União Europeia uma queixa contra a Itália e a Espanha por prolongado incumprimento da legislação comunitária relativa ao tratamento de águas residuais urbanas visto que muitas das grandes cidades ainda não têm um tratamento de águas residuais em conformidade com as regras da UE.
O Comissário para o Ambiente, Janez Potocnik, afirmou que: "As águas residuais não depuradas constituem um perigo para a saúde pública e são a fonte mais importante de poluição das águas costeiras e interiores. É inaceitável que tenham decorrido mais de oito anos a contar do prazo limite e que a Itália e a Espanha continuem sem cumprir essa legislação tão importante. A Comissão vê-se, portanto, obrigada a submeter estes assuntos ao Tribunal de Justiça da União Europeia. "
As águas residuais não tratadas podem estar contaminadas com bactérias e vírus, apresentando assim um risco para a saúde pública. Além disso, contém nutrientes como nitrogénio e fósforo, que podem afectar as águas doces e o ambiente marinho, promovendo o crescimento excessivo de algas que sufocam outras formas de vida (eutrofização).
Na verdade, já em Novembro foram visíveis no Tejo níveis de eutrofização nunca antes vistos com mantos de algas verdes a estenderem-se desde as Portas de Ródão até Abrantes, como mostrámos aqui e aqui.
O TEJO MERECE MELHOR!!
 
Espanha no Tribunal Europeu por violação das regras de tratamento de águas residuais urbanas
2010/06/05
Internacional
A Comissão Europeia decidiu apresentar queixa contra a Itália e a Espanha no Tribunal de justiça da União Europeia em dois casos de prolongado incumprimento da legislação comunitária relativa ao tratamento de águas residuais urbanas. Muitas das grandes cidades ainda não têm um tratamento de águas residuais de acordo com as regras da UE, apesar de dois avisos prévios.
Janez Potocnik, Comissário para o Ambiente, declarou a este respeito que: "As águas residuais não depuradas constituem um perigo para a saúde pública e são a fonte mais importante de poluição das águas costeiras e interiores. É inaceitável que tenham decorrido mais de oito anos a contar do prazo limite e que a Itália e a Espanha continuem sem cumprir essa legislação tão importante. A Comissão vê-se, portanto, obrigada a submeter estes assuntos ao Tribunal de Justiça da União Europeia. "
Itália e Espanha em Tribunal
A Comissão leva a Itália e a Espanha ao Tribunal de Justiça da União Europeia por violarem a directiva relativa ao tratamento de águas residuais urbanas de 1991. Nos termos da directiva, Itália e Espanha tinham até 31 de Dezembro de 2000 para criarem sistemas de recolha e tratamento de esgotos em áreas urbanas com mais de 15.000 habitantes.
Em 2004 foi enviada a ambos os países uma primeira carta de advertência por ter sido recebida informação que demonstrava que um número considerável de municípios não cumpria os requisitos da directiva. Enviaram uma segunda advertência, por escrito e final, para a Espanha em Dezembro de 2008 e para Itália em Fevereiro de 2009. Após avaliação constataram que cerca de 178 municípios italianos e 38 espanhóis continuavam em violação das normas comunitárias. Entre estes estão Reggio Calabria, Lamezia Terme, Caserta, Capri, Ischia, Messina, Palermo, San Remo, Albenga e Vicenza, em Itália e A Coruña (Galiza), Santiago (Galiza), Gijón (Astúrias) e Benicarló (Valencia) Espanha.
Este grave e continuado incumprimento das normas comunitárias é de grande preocupação para a Comissão, que decidiu, portanto, levar a Itália e a Espanha ao Tribunal de Justiça da União Europeia.
As águas residuais não tratadas podem estar contaminadas com bactérias e vírus, apresentando assim um risco para a saúde pública. Além disso, contém nutrientes como nitrogénio e fósforo, que podem afectar as águas doces e o ambiente marinho, promovendo o crescimento excessivo de algas que sufocam outras formas de vida (eutrofização).

A Comissão Europeia estendeu a queixa contra a Espanha à deterioração da Reserva Natural de Tablas de Daimiel
Mar, 27 de abril de 2010
A Comissão Europeia comunicou à WWF ter apresentado como queixa a sua denúncia sobre a degradação de Las Tablas de Daimiel e Zonas Húmidas de La Mancha. Assim, estende o procedimento de infracção que tinha inicialmente oficiado, ao conhecer os novos dados sobre presumíveis infracções relacionadas com o mau uso de água e com a responsabilidade ambiental.
O relatório do WWF levou à ampliação do procedimento de infracção da Comissão Europeia, “relacionado com o grave problema ambiental da má gestão da água na Bacia do Alto Guadiana e a consequente destruição do Parque Nacional Las Tablas de Daimiel", de acordo com a informação do comunicado da WWF.
A Unidade de Infracções da Comissão estaria a investigar a responsabilidade ambiental das autoridades espanholas por alegadas violações da legislação comunitária sobre a água. Da mesma forma, está a averiguar a responsabilidade por não ter previsto nem reparado os danos ambientais. Estes últimos serão objecto de uma análise preliminar detalhada para determinar o seu alcance e a sua relação com o uso de água dos aquíferos sobre explorados de Castilla - La Mancha.
WWF denunciou à CE que a sobrevivência do Parque Nacional das Tablas de Daimiel está ameaçada pela sobre exploração dos aquíferos que lhe fornecem água. Além disso, a dramática perda de biodiversidade (fauna e flora), as fissuras e a queima de turfa, assim como a degradação de sua bacia são devidas ao facto das suas zonas húmidas já não se inundarem suficientemente de forma regular.
A WWF aposta na recuperação das zonas húmidas, promovendo a utilização sustentável da água que começa por uma extracção legal e controlada das águas subterrâneas, reduzindo para metade a água usada para irrigação e optimizando a eficiência dos sistemas de irrigação, tal como previsto no Plano Especial do Alto Guadiana e exigido pela Directiva Quadro da Água.
Juan Carlos Olmo, secretário-geral do WWF, disse: "Temos de atacar os problemas das Zonas Húmidas de La Mancha eliminando ligações ilegais e abusivas e reduzindo a área irrigada para metade. O objectivo deverá ser uma recuperação natural de Las Tablas com base no uso sustentável da água do aquífero que alimenta o pântano. Na WWF esperamos que a Comissão Europeia nos ajude a alcançar este objectivo."

OS NOVOS TRANSVASES AVANÇAM EM TODAS AS FRENTES - ESTREMADURA E ZONA MANCHEGA

Apesar das promessas de comunicação de novos transvases do governo Espanhol a Portugal, os preparativos de novos transvases avançam com adjudicação do contrato para o estudo do transvase desde Valdecañas para o Levante Espanhol, e para o Guadiana na Estremadura, publicado no passado dia 15 de Maio de 2010 no Jornal Oficial da União Europeia.
Foi adjudicado à Ingenieria Civil Internacional e Inyges Consultores, por 233.750 euros, pela Consejería de Fomento da JUNTA DE EXTREMADURA para prestação do “Serviço de consultoria e assistência técnica para o estudo de viabilidade de um hipotético transvase desde a Barragem de Valdecañas para o Levante Espanhol e de alternativas prioritárias de um transvase interno Tejo-Guadiana na Estremadura”.(Jornal Oficial da União Europeia - 07-10-09 A; 10-10-09 A; 15-05-10 A).
Avança também a construção do 3º transvase, a tubagem manchega que vai desviar a água do Tejo a partir do transvase Tejo - Segura para a bacia do Guadiana, como já referimos aqui.
O bar aberto da água do Tejo continua a servir uma política de recursos hidricos assente em transvases utilizando recursos alheios para o desenvolvimento ou fornecimento de outras terras, esquecendo a acção sobre a procura, como sejam, a eficiência do uso da água, as técnicas de dessalinização, entre outras.

PROVINCIA ALBACETE

El suministro de agua del Tajo a Minaya y Villarrobledo da un paso adelante

Sale a información pública el proyecto de los ramales de este trasvase, con un presupuesto de 83 millones de euros
18.05.10 - 00:50 - L. V.
ALBACETE.
El proyecto que llevará el agua desde el acueducto Tajo Segura hasta Minaya y Villarrobledo, junto a municipios de otras provincias, se encuentra en periodo de información pública, siguiendo la tramitación de la Dirección General del Agua del Ministerio de Medio Ambiente y Medio Rural y Marino. El expediente lo ha realizado la Confederación Hidrográfica del Guadiana y se refiere a los «Ramales de la zona nororiental de la llanura manchega (Albacete, Ciudad Real, Cuenca y Toledo)».
La información pública supone un paso necesario en el procedimiento de las expropiaciones que se realizan en estas obras, que forman parte del Plan Hidrológico Nacional, para la distribución del agua del Tajo a partir de la conducción principal hasta la llanura manchega. Forma parte también de los proyectos de abastecimiento del Plan Especial del Alto Guadiana. El objetivo del proyecto es garantizar agua (que se tomará de la conducción principal y se potabilizará) para consumo doméstico, en Albacete, a Minaya y Villarrobledo .
También a Pedro Muñoz y Socuéllamos (Ciudad Real); Belmonte, El Pedernoso, El Provencio, Horcajo de Santiago, Las Mesas, Las Pedroñeras, Los Hinojosos, Mota del Cuervo, Pozorrubio de Santiago, San Clemente, Santa María de los Llanos y Villamayor de Santiago (Cuenca), que suman una población a abastecer de 105.197 habitantes.
Demanda cubierta
El abastecimiento se hará con una red de tuberías de fundición de 187.040 metros de longitud, con diámetros interiores entre 900 milímetros y 100 milímetros, y otras obras complementarias; las obras tienen un plazo de ejecución de cuarenta y ocho meses.
El presupuesto base de licitación asciende a 83.129.678,61 euros.
La obra termina en el ramal R3, de Minaya, que tiene una longitud de 78,2 kilómetros desde la conducción principal de este trasvase. Según el proyecto, Minaya tienen una demanda de agua para sus 1.755 habitantes de 16,67 metros cúbicos por hora, y el nuevo abastecimiento se ha calculado para 20,84 metros cúbicos.
El ramal de Villarrobledo es el R3-6, de una longitud de 11,5 kilómetros. En este municipio, el consumo estimado para sus 26.004 habitantes es de 310,96 metros cúbicos, y el nuevo suministro aportará 388,70 metros cúbicos por hora. El proyecto global de que forman parte estos ramales mejorará el abastecimiento de cerca de 600.000 personas de 59 municipios de Albacete, Cuenca y Ciudad Real, que se toman del Tajo y se trasvasan a la zona manchega; la inversión conjunta se acerca a los quinientos millones de euros.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

NUCLEAR - ETERNAMENTE CONTAMINANTE - CRÓNICA "CÁ POR CAUSAS” - JORNAL "A BARCA” - 13 DE MAIO DE 2010

A extracção de urânio é onde se inicia a produção de energia nuclear visto que para o funcionamento das centrais nucleares é necessário este minério que não se encontra em todos os locais e que, além disso, existe em reduzida proporção nos lugares onde se encontra, exigindo o movimento de grandes toneladas de material geológico para obter uma pequena quantidade deste minério, que deve ser enriquecido para que possa ser posteriormente utilizado em centrais nucleares.
Em Espanha não existem minas de urânio tendo sido autorizada apenas a sua prospecção, enquanto em Portugal tem vindo a ser anunciada a pretensão da extracção de urânio em Nisa disfarçada de terapêutica para a redução da radioactividade natural com a qual as populações têm sabido viver ao longo dos anos e que apenas é objecto de preocupação quando a cotação do urânio sobe na bolsa.
Além do consumo e da poluição da água, a mineração das jazidas de urânio de Nisa localizadas em zonas sobranceiras ao rio Tejo envolve um risco de arrastamento de resíduos radioactivos para o seu leito pelas escorrências das chuvas e, consequentemente, a contaminação de sedimentos que prosseguem até à sua foz.
As cicatrizes destas minas ficariam marcadas na alteração do território e da paisagem, ao mesmo tempo que a difusão de poeiras radioactivas poderia afectar as povoações mais próximas e a saúde dos seus habitantes, como sucedeu com a população de Canas de Senhorim que ainda padece de diminuição da função tiroideia, reprodutiva, renal e as séries sanguíneas, de acordo com o Relatório Científico de 2007 – Minas de Urânio e seus Resíduos - elaborado pelo Grupo de Coordenação nomeado pelo Ministério da Saúde.
A contaminação das águas do rio Tejo pelas falhas repetidas da Central Nuclear de Almaraz é real e tem sido mais gravosa face à informação tardia e incompleta destes incidentes às populações afectadas.
De facto, os relatórios do Instituto Tecnológico e Nuclear(1) afirmam que é “notória a variação de concentração de actividade em substâncias radioactivas de origem artificial (3H) em Vila Velha de Ródão e ao longo dos meses com um valor máximo no mês de Agosto”, sendo que esta “variação está relacionada com a gestão das descargas de efluentes no rio Tejo, da Central Nuclear de Almaraz localizada em Espanha”.
Para evitar alarmismos explicam nos relatórios que “não foram detectadas substâncias radioactivas de origem artificial no ambiente em concentrações susceptíveis de causar efeitos nocivos na saúde humana. Deve assinalar-se, no entanto, a excepção do rio Tejo, onde os valores em 3H na água são superiores ao valor do fundo radioactivo” ao mesmo tempo que desvaloriza os níveis de radioactividade quando afirma que “mas, apesar disso, sem significado, sob o ponto de vista dos efeitos radiológicos.” A ambiguidade que esta conclusão gera no comum leitor exige a sua necessária clarificação.
E não existirão efeitos nocivos para a saúde humana resultantes da contaminação da água que sustenta toda a cadeia alimentar, nomeadamente, nas espécies piscícolas que nos alimentam?
Bem vistas as coisas, a energia nuclear comporta um significativo custo económico, ambiental e social associado à produção, transmissão e armazenamento (em cemitérios nucleares) dos resíduos radioactivos que fica por apurar e integrar no custo final suportado pelo consumidor.
Talvez a solução seja a opção por um plano energético alternativo baseado na sustentabilidade com o objectivo de desenvolver as energias renováveis, sustentáveis, geradoras de emprego e que não ponham em risco a saúde e a segurança dos cidadãos.
(1) Relatório Programas de Monitorização Radiológica Ambiental (UPSR-A, nº33/09) (Ano 2008) da Unidade de Protecção e Segurança Radiológica - INSTITUTO TECNOLÓGICO E NUCLEAR, I.P.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

POR UM TEJO COM CAUDAL EM ESPANHA E PORTUGAL

Os cidadãos vogaram contra a indiferença e por um Tejo com caudal, em Espanha e Portugal, tendo-se confirmado as previsões de céu muito nublado com períodos de chuva ocasionais e de abertas e término dos períodos de chuva ao final da manhã.
Logo pelas 9 horas começaram a chegar os participantes na descida, a pegar em barcos enquanto os aguaceiros vinham e molhavam tudo e logo de seguida se esgotavam, até que o tempo estabilizou e fez com que até os menos aventureiros agarrassem nos remos e se fizessem à água.
Aqueles que compareceram deram um exemplo de perserverança e de resistência face às condições climatéricas adversas, com períodos ocasionais de chuva fraca, às águas estagnadas devido à paragem da barragem de Cedilho, que a IBerdrola decidiu manter até às 14 horas quando apenas o tinhamos solicitado até às 10 horas e 30 minutos, e ao vento de frente (oeste) que se levantou ocasionalmente.
Que esta demonstração de perserverança e resistência de cidadãos portugueses e espanhóis em defesa do Tejo perdure na memória dos nossos Governos para que se mantenham conscientes da nossa determinação para agir em defesa do Tejo.
Agradecemos aos nossos amigos espanhóis que participaram na descida e na organização, como a ADENEX da Estremadura, a Plataforma para la defensa del Tajo y el Alberche de Talavera de la Reina y la Red Ciudadana para una Nueva Cultura del Agua en el Tajo /Tejo y sus ríos.
Bem hajam e abaixo deixamos a mensagem que nos dirigiram.


MENSAGEM DA PLATAFORMA PARA LA DEFENSA DEL TAJO Y EL ALBERCHE DE TALAVERA DE LA REINA E DE LA RED CIUDADANA PARA UNA NUEVA CULTURA DEL AGUA EN EL TAJO/TEJO Y SUS RÍOS
Queridos compatriotas de río,
Acabamos de navegar un pedazo del Tajo, un trozo de río aún vivo. Nos hemos mojado con sus aguas, hemos dibujado cientos de estelas en su corriente. El agua que hoy nos ha acompañado hace semanas que discurrió por Toledo, por Talavera de la Reina, por Aranjuez. Quizá fue nieve en las alturas de la sierra de Gredos, o en las parameras de los montes Universales, allá por Teruel y Guadalajara. Ahora, aquellas aguas jóvenes se han reunido en este gran río junto al que nos encontramos. Nuestro río: el Tajo.
El Tajo nos enseña una y otra vez una lección, la lección de la vida, de la experiencia, de la memoria. El Tajo llega hasta Vila Velha de Ródão en una estación más, una parada en su discurrir de río grande y generoso. El río, el Tajo, es como la singladura vital de cualquier hombre o mujer: se va haciendo al andar el camino, espesándose de limos que va arrancando a la orilla de la experiencia y el día a día; y con el tiempo, con el andar, sus aguas se van haciendo más densas, profundas, sabias... El Tajo que España entrega a Portugal es un Tajo herido, maltratado y secuestrado. Lo sabemos, y por eso os pedimos perdón.
Nos hemos reunido hoy aquí ciudadanos de Portugal y de España, porque sabemos que el Tajo no entiende de fronteras; y que nos enseña una lección muy importante: el río no es de nosotros, nosotros somos del río, somos del Tajo. Pero nuestra es la responsabilidad de su supervivencia, nos lo está diciendo, cada vez con mayor urgencia y agotamiento; y no os quepa duda de que nuestra generación tiene en sus manos una responsabilidad como jamás ninguna otra tuvo con el río, con su cultura, con su biodiversidad, incluso con su propia existencia física. El Tajo es nuestro elemento de hermanamiento y de reafirmación como ciudadanos. El Tajo no entiende de fronteras. El Tajo es símbolo de unión, pero, también, no lo olvidemos jamás, de responsabilidad.
El Tajo es de los ciudadanos que lo vemos pasar, que escuchamos su rumor de río grande, que lo disfrutamos, que sufrimos con él en las sequías, o que lo admiramos pleno en las crecidas de invierno. El Tajo no es de los gobiernos que hacen con él a su antojo; el Tajo no es de las empresas hidroeléctricas; el Tajo no es de los ingenieros que lo quieren convertir en un río que desemboque en el mar Mediterráneo. No. El Tajo es de la tierra que lo ve pasar. El Tajo es el mayor elemento cultural de nuestro paisaje, grabado desde hace siglos en los meandros de nuestra memoria colectiva. El Tajo estaba antes que nosotros, es un faro que nos marca distancias y tiempos, y ahora, sobre todo nos muestra la profunda desconexión del hombre con la naturaleza, con su cultura, con su ser profundo más arraigado a la tierra y su paisaje.
Vienen tiempos muy duros para el Tajo. Actualmente el Tajo es el único río del mundo que desemboca en un océano y en un mar, el Atlántico y el Mediterráneo. En España son muy fuertes las presiones para que cada vez vaya más agua hacia el Mediterráneo, y se considera un desperdicio que el agua del Tajo llegue hasta Portugal. Y eso no lo podemos tolerar por más tiempo. Sólo si actuamos como ciudadanos convencidos de nuestra misión, sabedores de la responsabilidad que tenemos en nuestras manos, sólo así podremos recuperar y salvar al Tajo. La unión, la independencia, el convencimiento de que estamos en posesión de la verdad, nos debe guiar en nuestro trabajo. Es vital exigir responsabilidad a los gobiernos de Portugal y España. Estamos en pleno proceso de elaboración de los planes de cuenca, y de ellos dependerá el futuro del Tajo. Debemos continuar trabajando juntos, sin fronteras, sin líneas, como ciudadanos unidos por lo más importante: nuestro río Tajo.
Gracias por vuestra hospitalidad, y por saber mantener aún al Tajo vivo en Portugal, reserva de vida y de cultura que hace ya tiempo perdimos en España. Bajar hoy con vosotros surcando el Tajo ancho y rápido, con el caudal fuerte de este invierno generoso, nos reafirma en nuestro trabajo y en nuestra responsabilidad.
Muchas gracias.
Soledad de la Llama
Club de Piragüismo Talavera Talak, miembro y representante en la bajada de la Plataforma para la defensa del Tajo y el Alberche de Talavera de la Reina y de la Red Ciudadana para una Nueva Cultura del Agua en el Tajo /Tejo y sus ríos.

domingo, 9 de maio de 2010

proTEJO A VOGAR CONTRA A INDIFERENÇA

A actividade "Vogar Contra a Indiferença - Pelos nossos rios, pelo nosso futuro" congregou cerca de 80 canoístas e 40 embarcações que desceram este domingo, dia 9 de Maio de 2010, o rio Tejo desde a barragem de Cedilho ao cais fluvial de Vila Velha de Ródão, numa ação que juntou portugueses e espanhóis em defesa de uma gestão sustentável do rio.
Em Vila Velha de Ródão, algumas centenas de pessoas aguardavam a chegada das canoas para ouvir a leitura de uma Carta Contra a Indiferença, documento no qual o proTEJO e as restantes organizadoras do evento, apelam às autoridades competentes, a nível internacional, nacional, regional e local, que defendam o rio Tejo e os seus alfuentes.
Exige ainda “o cumprimento da Directiva Quadro da Água, ou seja, a garantia de um bom estado das águas do Tejo", a monitorização do cumprimento permanente do regime de caudais ambientais, a recusa dos transvases do Tejo e o apoio à investigação de alternativas sustentáveis, baseadas no uso eficiente da água.
A concepção de um projecto de desassoreamento do rio, que permita a sua navegabilidade, a garantia da qualidade e quantidade de água do rio Tejo e dos seus afluentes, a restauração do sistema fluvial natural e o seu ambiente e a valorização e promoção da identidade cultural e social das populações ribeirinhas do Tejo são outras reivindicações.
A actividade "Vogar Contra a Indiferença" foi organizada pelo movimento proTEJO e pelas associações, a Adenex (defesa da natureza e recursos da Extremadura), a AZU (ambiente em zonas uraníferas), a ASA (Salavessa viva), o MUNN (movimento urânio em Nisa não), a Quercus e a CerciZimbra.A iniciativa contou ainda com o apoio da Associação de Estudos do Alto Tejo, do Geopark Naturtejo, da Rede de Cidadania por uma Nova Cultura da Água do Tejo/Tajo, da United Photo Press/2010 - Ano Internacional da Biodiversidade, e dos municípios de Nisa e de Vila Velha de Ródão.
A Carta realça que o Tejo é o elemento unificador de toda a bacia ibérica e das gentes ribeirinhas.
“As populações do Alto Tejo conseguiram sobreviver e prosperar em harmonia com o rio que lhes foi generoso no passado e que será essencial no futuro”, sublinha.
Para este movimento, “a preservação do rio Tejo é um tributo que os cidadãos devem oferecer a este património, sendo urgente assegurar que o caudal do Tejo seja o que era antigamente, acabar com a poluição que mata os peixes e envenena o ambiente e as pessoas, criar canais de passagem para os peixes nas barragens e nos açudes e acabar definitivamente com a pesca ilegal”.
Acrescentam ainda que “neste futuro não têm lugar nem o Urânio nem o Nuclear, enquanto recursos energéticos insustentáveis do ponto de vista do desenvolvimento ambiental, social e económico, que colocam em risco a segurança dos cidadãos”. 
Público
TVI24

CARTA CONTRA A INDIFERENÇA
PORTAS DE RÓDÃO – 9 DE MAIO DE 2010

O rio Tejo não é apenas água, é cultura viva, a espinha dorsal e o eixo, das terras e das aldeias por onde passa.
É com grande felicidade que vemos juntarem-se em defesa do Tejo todos os cidadãos e organizações aqui presentes, representativos de toda a bacia ibérica do Tejo e de todos os sectores da sociedade e áreas de acção, constituindo-se como um exemplo independente de participação e cidadania.
Nas nossas diferenças, o elo que nos une é o Tejo!
O mesmo Tejo que une toda esta bacia de Espanha a Portugal, que une todas as populações ribeirinhas e as suas culturas, que o conhecemos e o vivemos da nascente até à foz, de Albarracín ao Grande Estuário.
É também significativo que nos encontremos nas Portas de Rodão, Monumento e Maravilha Natural que simboliza a comunhão entre o património natural e cultural associado ao rio Tejo, com relevância para a geologia e biodiversidade.
As populações do Alto Tejo conseguiram sobreviver e prosperar em harmonia com o rio que lhes foi generoso no passado e que será essencial no futuro.
Um futuro onde este laço de natureza e cultura perdure e se reforce com o regresso de modos de vida ligados à água e ao rio que as actividades de educação e turismo de natureza, cultural e ambiental permitirão sustentar.
A preservação do rio Tejo é um tributo que os cidadãos devem oferecer a este património, sendo urgente assegurar que o caudal do Tejo seja o que era antigamente, acabar com a poluição que mata os peixes e envenena o ambiente e as pessoas, criar canais de passagem para os peixes nas barragens e nos açudes e acabar definitivamente com a pesca ilegal.
Neste futuro não têm lugar nem o Urânio nem o Nuclear, enquanto recursos energéticos insustentáveis do ponto de vista do desenvolvimento ambiental, social e económico, que colocam em risco a segurança dos cidadãos.
A extracção de urânio tem no consumo e na poluição da água os principais impactos ambientais, conjuntamente com a alteração do território, a afectação da paisagem e a difusão de poeira que pode afectar as povoações mais próximas e a saúde dos seus habitantes.
A contaminação das águas do Tejo por substâncias radioactivas relacionadas com a Central Nuclear de Almaraz é uma realidade, onde as fugas ocorrem e se misturam com a água tardando a serem divulgadas às populações afectadas.
Conhecemos os males de que o Tejo padece com os transvases, com o assoreamento, com a poluição, ou seja, o maltrato que a mão do homem tem vindo a infligir à sua água e aos seus ecossistemas.
Para conter essa mão que o maltrata temos que abrir a outra mão para que o proteja, e essa mão somos nós!
Por isso temos o dever de estender essa mão aberta para criar uma corrente de vontade e de intencionalidade, que seja capaz de esclarecer quem decide e que exija um tratamento ecologicamente sustentável para o rio Tejo.
Devemo-lo a nós próprios, que com o Tejo partilhámos a nossa vida e aceitámos a generosidade das suas águas.
Devemo-lo às gerações futuras para que conheçam um Tejo vivo, como nós o conhecemos, e não um escravo e prisioneiro do egoísmo e da especulação dos humanos.
Se continuarmos neste rumo, as próximas gerações já não conhecerão rios vivos, mas apenas imagens na internet... que serão sombras do que um dia nos foi oferecido com generosidade.
Por tudo isto, devemos unir-nos e reclamar a unidade e integridade do Tejo e da sua bacia, já que o amor e o respeito que por ele sentimos não se esgotam em nenhuma das fronteiras administrativas e artificiais que os homens impõem à natureza.
Para que as nossas mãos o protejam temos que as unir e coordenar, mostrando a união dos cidadãos portugueses e espanhóis na defesa do Tejo, enquanto bacia ibérica e internacional, e afirmar a nossa determinação para combater a indiferença ao maltrato que tem vindo a sofrer.
Assim, com vista a defender o Tejo e seus afluentes, e como cidadãos do rio Tejo, em Portugal e em Espanha, unimo-nos para reivindicar a todas as autoridades competentes, internacionais, nacionais, regionais e locais:
1º. A necessidade de uma gestão sustentável da bacia hidrográfica do Tejo;
2º. O cumprimento da Directiva Quadro da Água, ou seja, a garantia de um bom estado das águas do Tejo;
3º. O estabelecimento e quantificação de um regime de caudais ambientais, diários, semanais e mensais, reflectidos nos Planos da Bacia Hidrológica do Tejo, em Espanha e em Portugal, que permitam o bom funcionamento dos ecossistemas ligados ao rio;
4º. A monitorização do cumprimento permanente do regime de caudais ambientais;
5º. A recusa dos transvases do Tejo e o apoio à investigação de alternativas sustentáveis, baseadas no uso eficiente da água;
6º. A concepção de um projecto com vista ao desassoreamento do rio Tejo e à sua navegabilidade;
7º. A qualidade e quantidade de água do rio Tejo e dos seus afluentes, no sentido de garantir os diversos usos;
8º. A realização de acções para ajudar a restaurar o sistema fluvial natural e o seu ambiente;
9º. A valorização e promoção da identidade cultural e social das populações ribeirinhas do Tejo.

É isto que defendemos,
Que as nossas mãos unidas protejam o TEJO.
E digamos com Miguel Torga, porque os poetas sabem ver o futuro
Recomeça
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
O Tejo merece!